tag:blogger.com,1999:blog-35020500359515334852024-03-15T22:09:57.081-03:00Blog do CRIABlog do CRIALeandro Vilalvahttp://www.blogger.com/profile/14167583354186845883noreply@blogger.comBlogger18413tag:blogger.com,1999:blog-3502050035951533485.post-1019580243094295452024-01-15T10:21:00.001-03:002024-01-15T11:50:52.686-03:00Comunicado Sobre a API do iServiço Web da rede speciesLink<p>A antiga API que permite a recuperação de dados da rede <i>species</i>Link será desativada em 31 de janeiro de 2024. Mas, não se preocupe, uma nova API já está em funcionamento para que você tenha tempo de fazer a migração com tranquilidade. O endereço para acesso (access point) é <a href="https://specieslink.net/ws/1.0/">https://specieslink.net/ws/1.0/</a> . Nesse endereço você encontrará toda a documentação necessária para seu uso.</p><p>Procuramos manter as funcionalidades o mais próximo possível das já existentes na API antiga. Caso tenha algum problema, dúvida ou sugestão, entre em contato conosco através do email contato@cria.org.br </p><p>Equipe do CRIA</p>Dora Canhoshttp://www.blogger.com/profile/12497021289772428206noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-3502050035951533485.post-91626823234247958562023-12-27T17:23:00.005-03:002023-12-28T08:12:11.602-03:00A peregrinação da infraestrutura de dados abertos do CRIA<div style="text-align: left;"><h3 style="text-align: right;"><span style="font-family: trebuchet;">Equipe do CRIA</span></h3><div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;">O CRIA foi constituído em dezembro de 2000 como uma sociedade civil sem fins lucrativos, e recebeu o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, OSCIP, em 2002. Trabalhamos em rede com a comunidade científica na organização e disseminação de dados, informações e conhecimento sobre biodiversidade, criando e mantendo infraestruturas digitais de acesso público e aberto.<br /><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;">Ao longo dos seus 23 anos, o CRIA desenvolveu vários sistemas de acesso público. Esse artigo indica alguns marcos sobre a infraestrutura física necessária para manter esses sistemas.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;">2001 - 2013</span></h3></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><img height="29" src="https://lh7-us.googleusercontent.com/m_Oz8x3QsjICMjMJGnboxTY7BIOSXdUQ3Y1DH_huuEYkDq8OVpW-VIxoPgpBQ1ieS0K_3jsmHAMmLL3PUQtbfQHkF61_Jv6UEs2Yc1aFBqkzJ1NiWfYVTSXuxYeZOq0uXbUYY9ugEkoHQBeUOctA5g=w96-h29" style="font-size: 11pt; margin-left: 0px; margin-top: 0px; white-space-collapse: preserve;" width="96" /> No início dos desenvolvimentos de seus sistemas de informação, o CRIA contou com o apoio da Fapesp, sob o mandato do diretor científico José Fernando Perez. Além do apoio ao SinBiota (<i>Sistema de Informação do Programa Biota/Fapesp</i>), o CRIA recebeu recursos para o desenvolvimento da rede <i>species</i>Link, da ferramenta <i>openModeller</i> e do site <i>Flora Brasiliensis</i>, que também contou com o apoio da Natura e Fundação Vitae. Nesta fase inicial do CRIA, toda infraestrutura necessária - computadores, rede e roteador - foi adquirida com recursos da Fapesp. O CRIA, instalado em sua nova sede em Barão Geraldo em Campinas, se conectava à internet através de uma fibra ótica aérea instalada nos postes entre o roteador na sede do CRIA e o roteador da Fapesp na Unicamp.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><br />Com exceção do SinBiota, transferido em julho de 2011 para a Unicamp por solicitação do Prof. Carlos Joly, coordenador do programa Biota, e do Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz, na época Diretor Científico da Fapesp, todos os demais sistemas continuaram <i>online</i> sob a curadoria do CRIA, gerando novos produtos. </span></div><div style="text-align: left;"><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: medium; white-space-collapse: preserve;">2013 - 2018</span></h3></div><p style="text-align: left;"><span style="border: none; clear: right; display: inline-block; float: right; height: 230px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; overflow: hidden; text-align: right; width: 275px;"><span style="font-family: trebuchet;"><img alt="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsPUav0NOs0fdYoSFDNZaIpO8-2CntJr2KN-mRGjefoF4d0LkiyOaUFZbPU-3V-IN4iqX9T-T7D-5vxqy3uuMh0nuqExKiU8GvX8rvrhhrFs8o37wcxu4oPM44ydixzNXwXJC_AbpjVik/s400/idc2.png" height="268" src="https://lh7-us.googleusercontent.com/5UgDzsKbFYEIfO297clnmlB_4REwwuiz9HBmbl7u62OwUrvRFRUU7_q5sP7JHfXU6vezKsibS1fPChwGw3O01PVCEiplDxGMDFLwkF3Lj6UC6bOka5Z7ikxkaHLkpJtFW-h4cV9nEBjn88l2bodVNg=w320-h268" style="margin-left: 0px; margin-top: 0px;" width="320" /></span></span><span style="font-family: trebuchet;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: 11pt;"><img height="21" src="https://lh7-us.googleusercontent.com/RfSjEylN3H5oMStfCEAf-lxkPeP9Pd2-8axhhDssE3mTnoHVt_vktlPOUVHZBnskjji08krNuKL0ZjTrfDgcG8ICeALnt4SdRV75HiH3McRQKV-8zrYHuRuUJBlag98jS1Usq9saAaaW_ONf3umG9Q=w57-h21" style="font-size: 11pt; margin-left: 0px; margin-top: 0px;" width="57" /> </span>Em 2013 os equipamentos que abrigavam os sistemas de informação desenvolvidos pelo CRIA e instituições parceiras foram transferidos para o </span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Internet Data Center (IDC)</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> da RNP em Brasília, resultado de uma articulação entre o CRIA, RNP e CNPq. Além da redução dos custos, essa mudança melhorou a segurança e conectividade no acesso aos sistemas. Para gerenciar os sistemas no IDC em Brasília, a RNP integrou o CRIA à <b>Redecomep</b>, Rede Comunitárias de Educação e Pesquisa de alta velocidade da região de Campinas. </span></span></p><div><span><span style="font-family: trebuchet; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span id="docs-internal-guid-5b23f957-7fff-120c-faf5-6e3214a511a0" style="font-weight: normal;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline;"><span id="docs-internal-guid-04e4c22a-7fff-eb5b-051e-fdb2a2098808"><span style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline;"></span></span></span></div></span></span></span></div><div><span style="font-size: 11pt; font-weight: 700; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></span></div><div><span style="font-size: 11pt; font-weight: 700; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></span></div><h3 style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: small;">2018 - 2021</span></span></h3><p style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><img height="21" src="https://lh7-us.googleusercontent.com/RfSjEylN3H5oMStfCEAf-lxkPeP9Pd2-8axhhDssE3mTnoHVt_vktlPOUVHZBnskjji08krNuKL0ZjTrfDgcG8ICeALnt4SdRV75HiH3McRQKV-8zrYHuRuUJBlag98jS1Usq9saAaaW_ONf3umG9Q=w56-h21" style="font-size: 11pt; margin-left: 0px; margin-top: 0px; white-space-collapse: preserve;" width="56" /> No final de 2018, com a celebração do 20º. termo aditivo ao Contrato de Gestão entre o MCTIC e a RNP, foi dado um importante passo visando assegurar a permanência da e-infraestrutura <i>species</i>Link. Esse termo aditivo assegurou o apoio da RNP na migração dos sistemas que compõem a rede <i>species</i>Link do Internet Data Center (IDC) em Brasília para o serviço em nuvem do <b>Centro de Dados Compartilhados</b> (CDC/RNP) em Recife. A transferência de todos os sistemas públicos de informação mantidos pelo CRIA para o CDC/RNP foi concluída no mês de abril de 2019, com o auxílio da equipe da RNP.</span></p><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;">2021 - ...</span></h3><p><span style="font-family: trebuchet;"><img alt="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2f/Google_2015_logo.svg/251px-Google_2015_logo.svg.png" height="23" src="https://lh7-us.googleusercontent.com/8cc7mQTwXZvCqqriUJb1SNn04MnuBAWlXwCYirFe6qXERKWZL4PbIPAPOC7aeAaiRlmL49EvT6XilkhKJEj-w3c4SGAzMB0IAv0C4l2eGjU12m1x18MgfwFZUJu7ipDfPBUMpuTHArGIKdfhNgWHEA=w65-h23" style="font-size: 11pt; margin-left: 0px; margin-top: 0px; white-space-collapse: preserve;" width="65" /> Em 2021 o CRIA recebeu um comunicado da RNP sobre a impossibilidade de manter os serviços do CDC/RNP que provia os serviços em nuvem para a manutenção de todos os sistemas públicos do CRIA. Foi dado início à busca de novos parceiros que pudessem prover esses serviços ou recursos para a aquisição de uma nova infraestrutura física para o CRIA. Em 2021, com auxílio do Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, o CRIA enviou uma proposta ao Google e imediatamente recebeu créditos para utilizar os serviços do Google Cloud Platform (CGP) por um período estimado de seis meses.</span></p><p><span style="font-family: trebuchet;">Foi dado início à terceira transferência de todos os sistemas do CRIA, do Centro de Dados Compartilhados da RNP (CDC/RNP), para a plataforma em nuvem do Google (GCP). Novos créditos foram cedidos pelo próprio Google em 2022 e 2023 que, com a otimização do seu uso, deverão durar até maio de 2024.</span></p><p><span style="font-family: trebuchet;"></span></p><p><span style="font-family: trebuchet;">O processo de transferência para o GCP foi muito mais complexo por envolver a reestruturação de toda a infraestrutura de dados do CRIA. Além da transferência propriamente dita ao GCP, o CRIA se preocupou com a otimização do uso dos recursos para que os créditos concedidos durassem mais tempo. Além dos créditos, recebemos apoio técnico da equipe do Google principalmente no processamento das imagens da rede <i>species</i>Link. Na época tínhamos mais de 4,5 milhões de imagens que tinham que ser reprocessadas em um curto período de tempo.</span></p><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;">Internet e a rede de provedores de dados</span></h3><div></div><div><span style="font-family: trebuchet;">Apesar de não abrigar os sistemas e dados de acesso público mantidos pelo CRIA, a RNP continua fundamental para o avanço e disseminação do conhecimento científico sobre a biodiversidade do país. A RNP é responsável pela Rede Ipê, oferecendo acesso à internet de qualidade às instituições acadêmicas do país. </span></div><div><span style="font-family: trebuchet;"><div style="text-align: left;"></div></span></div><div><span style="font-family: trebuchet;"><div><span id="docs-internal-guid-b9c3821f-7fff-c2df-fb71-4b456236d2d1"><span style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"></span></span></div></span><span style="font-family: trebuchet;"><div><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">A figura a seguir apresenta a localização dos provedores de dados da rede <i>species</i>Link no Brasil, Colômbia, Estados Unidos e Europa.</span></p><p style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgd-f_tozP2gW7GMnA-3k57cIleew2o9y2gzEi1mVccj7QcD8OME0rTI58DZ8IO_D9i2PfrX2Yjfn8hc8t_orfyu3rVIDf5cTCw-02E9WKLEmvHJH4PJU4D81PqcpwetJH4lLEtIhr6gN185PaAJOm__xkhsMsfw9KyJhA9feo-0FTzZZDK33grs0DXdZc" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="270" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgd-f_tozP2gW7GMnA-3k57cIleew2o9y2gzEi1mVccj7QcD8OME0rTI58DZ8IO_D9i2PfrX2Yjfn8hc8t_orfyu3rVIDf5cTCw-02E9WKLEmvHJH4PJU4D81PqcpwetJH4lLEtIhr6gN185PaAJOm__xkhsMsfw9KyJhA9feo-0FTzZZDK33grs0DXdZc=w640-h320" width="640" /></a></p></div><div>A integração dos dados das coleções em todos os estados do Brasil, na Colômbia, Estados Unidos e Europa, bem como o acesso aos dados do <i>species</i>Link por usuários e outras infraestruturas do mundo (GBIF, iDigBio, VertNet e SiBBr) é possível graças à infraestrutura da rede Ipê.</div><div><br /></div><div>A força do <i>species</i>Link, sem dúvida, está nas parcerias estabelecidas e no trabalho em rede. </div><div><br /></div><div>Obrigada a todos que contribuiram com seus dados, conhecimentos e sugestões!</div><div><br /></div><div>Um ótimo 2024 para todos nós!</div><div><p style="text-align: left;"><br /></p></div></span></div>Dora Canhoshttp://www.blogger.com/profile/12497021289772428206noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3502050035951533485.post-25058930145425277962023-11-17T09:46:00.004-03:002023-11-18T13:25:27.892-03:00Diário de Viagem (Spix e Martius) - Parte II <p style="text-align: left;"></p><h3 style="text-align: left;"><b><span style="color: #3d85c6;">Em busca das paisagens amazônicas vistas pelos naturalistas</span></b></h3><h3 style="text-align: left;"><br /></h3><div style="text-align: right;"><b>Luiza de Paula e Fernando de Matos</b></div><div style="text-align: right;"><b>Contadores de Histórias, CRIA</b></div><p></p><p>Ao final do Congresso, a 3 de Novembro de 2023, movidos pelo desejo de ver as paisagens
amazônicas vividas pelos naturalistas Martius e Spix, decidimos seguir viagem
para a ilha de Cotijuba. Saímos em comitiva, com outros três colegas botânicos
de variadas partes do Brasil: Eduardo Fernandez, Thuane Bochorny e Eduardo
Amorim. Pegamos um barco no Terminal de Icoaraci, que fica a aproximadamente 20
quilômetros do centro de Belém. Foram levantadas âncoras em pleno sol de
meio-dia, o rio estava tranquilo e navegamos por quarenta minutos ao som de
Calypso, banda de origem paraense, com estilo musical afro-caribenho.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCQT8Lgd8_ZdnTb2tvPwg-QsxZMZM5ckxlNU-7hz67ysTNKjP_HNAQMrXw6HDi-tODlBnyO6pG6t2b-6Xr7IhExiNF_Aq0Um4nJIB3ZLJZ-xxyW7Zu8-yd8MzUUXdlui1bL0GyoQGWjJ95mAGg6snKgEADjEWrG8qniDPAy6rINnDX2JcyTNhPGM6v6hY" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="524" data-original-width="295" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCQT8Lgd8_ZdnTb2tvPwg-QsxZMZM5ckxlNU-7hz67ysTNKjP_HNAQMrXw6HDi-tODlBnyO6pG6t2b-6Xr7IhExiNF_Aq0Um4nJIB3ZLJZ-xxyW7Zu8-yd8MzUUXdlui1bL0GyoQGWjJ95mAGg6snKgEADjEWrG8qniDPAy6rINnDX2JcyTNhPGM6v6hY=w360-h640" width="360" /></a></div><div><br /></div><div>Figuras: (1) Barcos no terminal de Icoaraci, Belém. (2) Comitiva de botânicos no barco em direção à Ilha de Cotijuba. Na primeira fila: Luiza de Paula e Fernando Bittencourt de Matos; na segunda fila: Eduardo Fernandez, Thuane Bochorny e Eduardo Amorim (da esquerda para direita).</div><div><p style="text-align: left;">A Ilha de Cotijuba é uma das 42 ilhas que compõem a cidade
de Belém, no Pará. É uma área de preservação ambiental e a terceira maior ilha
da região. Cerca de 8 mil pessoas moram na ilha. São aproximadamente 60 km² e
uma extensão de 20 quilômetros de praias quase intocadas. Há mais de 10 praias
espalhadas pela costa da ilha, todas de água doce e quente. É um lugar de muita
simplicidade, onde não existem grandes hotéis e pousadas luxuosas. As
construções são básicas e preservam o estilo bucólico da ilha. Decidimos seguir
para a “Praia Do Vai-Quem-Quer”, que é a mais famosa e procurada da ilha. Ela
fica a um pouco mais de 6 quilômetros de onde chegam os barcos, então é preciso
ir com algum transporte até lá. Não fomos de charrete, como provavelmente
viajavam os naturalistas antigamente, mas escolhemos um meio de transporte
pouco convencional, conhecido localmente como motorrete, para nos levar até a
hospedagem. Percorremos diversas paisagens paradisíacas, que nos faziam lembrar
as pranchas Amazônicas litografadas na obra Flora Brasiliensis. Andamos a cavalo
e nos sentimos revisitando locais mágicos registrados pelos naturalistas.</p><div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgMN1HW9NaTT3jzOiMN-sM6405t-MVU60HIcntGpfNY0tephUqVgqWzt1qS7YKoIXf43_lmGpQ3d3Zf-8urGJDcEx4_NGgPDFSHT6BOX_JKUIYzjygCLKImu8rDnAwld6y_C8luAIf1SVV8MiBLKkkVb2CA28E5rXdDwCmbdE0tbgpEETsDX5vtSZzwTEo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="607" data-original-width="319" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgMN1HW9NaTT3jzOiMN-sM6405t-MVU60HIcntGpfNY0tephUqVgqWzt1qS7YKoIXf43_lmGpQ3d3Zf-8urGJDcEx4_NGgPDFSHT6BOX_JKUIYzjygCLKImu8rDnAwld6y_C8luAIf1SVV8MiBLKkkVb2CA28E5rXdDwCmbdE0tbgpEETsDX5vtSZzwTEo=w336-h640" width="336" /></a></div><span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><div><span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div><div>Figuras (3). Motorrete, meio de transporte típico na Ilha de Cotijuba. (4). Eduardo Fernandez fazendo passeio a cavalo pela Ilha de Cotijuba.</div></span></div><p style="text-align: left;">Em um dado local, próximo a um igarapé, visualizamos um
cenário muito parecido à prancha de abertura do primeiro volume da obra. Essa
prancha ilustra uma mata de igapó às margens do rio Amazonas, nas proximidades
da cidade de Santarém, no Pará. Inundadas durante até 10 meses no ano, essas
matas abrigam uma amostra valiosa da biodiversidade amazônica. Ali, na Ilha de
Cotijuba, estavam elementos típicos da Amazônia registrada por Martius. Ao
fundo, sobressaindo-se às copas das outras árvores, vimos algumas graciosas
palmeiras de “açaí” (<i>Euterpe oleracea</i>),
espécie descrita primeiramente por Martius. No primeiro plano, ao lado
esquerdo, figurava uma das flores mais exuberantes da região: a “munguba” (<i>Pachira aquatica</i>), também conhecida como
“castanheira-da-água” ou “mamorana”. Mais a fundo, e menos visíveis aos
viajantes menos atentos, cacaueiros (<i>Theobroma
cacao</i>) adentravam a vegetação. A título de comparação, apresentamos uma
fotografia retirada por um Samsung Galaxy A34 em 2023 e a Prancha 1 da Flora
Brasiliensis, publicado em 1906.</p><div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiArokAvQNW6I0RCQTH0ze8r5oLnT0yeF5cclgXOC5XDXLv1Z9qj6obUpYf38SYYie7P0PnUi0ZW3pKbHKeLvyN0Hqr9tNEOukzsTQv8PWipB91WgmHD0lEr1l4XXwm-0ozEgnfW5WlUGwWwj-paNEFgTqFwdEkYjAXuDZVBvCWZWgTTZW9mdO1yM3U0mY" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="465" data-original-width="314" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiArokAvQNW6I0RCQTH0ze8r5oLnT0yeF5cclgXOC5XDXLv1Z9qj6obUpYf38SYYie7P0PnUi0ZW3pKbHKeLvyN0Hqr9tNEOukzsTQv8PWipB91WgmHD0lEr1l4XXwm-0ozEgnfW5WlUGwWwj-paNEFgTqFwdEkYjAXuDZVBvCWZWgTTZW9mdO1yM3U0mY=w432-h640" width="432" /></a></div><span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><div><span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div><div><span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div><div>Figuras (5) Fotografia retirada por um Samsung Galaxy A34 em 2023 em um igarapé da Ilha de Cotijuba (6). Prancha 1 da Flora Brasiliensis, publicado em 1906</div></span></div><div><br /></div><div>Fomos muito bem recebidos pelos moradores locais, que
ficaram curiosos com aquele grupo de botânicos de outras regiões brasileiras,
entre elas Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Durante o dia, revezamos
nossas atividades entre tentar descobrir a identificação de alguma espécie
nativa desconhecida ou apreciar os deliciosos pratos feitos pelos anfitriões,
entre eles o peixe filhote, com molho de tucupi e a emblemática planta do
jambu, que foi símbolo do congresso de botânica. O jambu é uma planta da família Asteraceae,
e quando suas folhas e flores são mastigadas, dão uma sensação de formigamento
nos lábios e na língua devido à sua ação anestésica local. Essa sensação abre o
apetite de qualquer viajante.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><b>O RETORNO E AS TEMPESTADES </b></p><p class="MsoNormal">A viagem de retorno estava
agendada para o dia 4 de Novembro. Contudo, empecilhos supervenientes nos
obrigaram a adiar o retorno a Belém. O primeiro dia estava ensolarado, com
poucas nuvens por cima do variegado tapete da vegetação do igarapé. Nos
diziam os moradores, entretanto, que a região é sujeita a violentas trovoadas.
Como quase todas as colônias na região amazônica, situadas nas proximidades dos grandes rios, são sujeitas de maneira
semelhante a tempestades, é lícito considerar como causa geral desse
fenômeno o encontro de correntes de ar de diferentes regiões do mundo. A
tarde anterior, portanto, após um dia ensolarado, havia sido assinalada por
violenta tempestade e agora, no dia da partida, mas um pouco mais cedo que o
dia prévio, também o céu se nublava de repente. Forte vento de oeste cavava a
praia, e obrigava-nos a seguir esperando na nossa hospedagem. Outra tempestade
se aproximava. Tivemos que pernoitar mais um dia nesse lugar, e apesar de
termos perdido o vôo de volta pra casa, ficamos satisfeitos de acordar mais um
dia no meio da floresta. </p><p class="MsoNormal">Na manhã seguinte, com os nossos votos, saudades e
esperanças, abandonamo-nos à segurança do bem construído barco e nos
entregamos a todas as impressões magníficas com que uma viagem em rios
amazônicos pode enriquecer a alma e o espírito. Chegamos a Belém e logo em
seguida adquirimos novos vôos que nos levariam novamente para as nossas casas.
Lá de cima do avião, pensávamos como seria antigamente: a mata virgem revestia
outrora toda a região; atualmente, porém, já havia sido desbastada em
grandes trechos. Quais histórias nos restariam para contar? </p><p class="MsoNormal">Esperamos que esses
relatos sirvam de inspiração para curiosos e animados viajantes e naturalistas,
que desejam conhecer, preservar e contar histórias sobre a Floresta Amazônica e
os demais biomas brasileiros. </p><p class="MsoNormal">Saudações, </p><p class="MsoNormal">Luiza de Paula e Fernando de Matos<o:p></o:p></p><p>
</p><p class="MsoNormal">Agradecimentos: Agradecemos aos companheiros de viagem,
Eduardo Fernandez, Thuane Bochorny e Eduardo Amorim, pelas revisões e sugestões no texto. <o:p></o:p></p></div></div>Dora Canhoshttp://www.blogger.com/profile/12497021289772428206noreply@blogger.com3