Há 15 anos, no dia 08 de dezembro de 2000, foi realizada a Assembleia de Constituição do Centro de Referência em Informação Ambiental, CRIA. A lista de presença da assembleia foi assinada por Carlos Alfredo Joly, Marcio de Miranda Santos, Pedro Paulo Martoni Branco, Rosana Filomena Vazoller, Rubens Naves, Vanderlei Perez Canhos, Dora Ann Lange Canhos, Sidnei de Souza, Érica Speglish, Paula F. Drummond de Castro, Benedito Aparecido Cruz, Charles Rehder Carvalho Moreira, Alexandre Marino, Luciano Laterza Lopes, Marinez Ferreira de Siqueira, Lúcia Helena Manzochi e Maria Cristina Damião Freitas que tornaram-se, assim, sócios fundadores da instituição.
Além da aprovação de seu Estatuto Social, a Assembleia Geral de Constituição elegeu o primeiro Conselho Deliberativo do CRIA, que foi composto por Carlos Alfredo Joly, Giselda Durigan, Marcio de Miranda Santos, Pedro Paulo Martoni Branco, Rosana Filomena Vazoller e Rubens Naves.
Ao longo desses 15 anos, algumas pessoas se afastaram, novos colaboradores chegaram e outras permanecem lutando pelos ideais iniciados naquela data. O objetivo estatutário de “disseminar o conhecimento científico e tecnológico e promover a educação, visando a conservação e utilização sustentável dos recursos naturais e a formação da cidadania”, porém, permanece sólido.
Resgatando a visão institucional do nosso primeiro plano estratégico:
“visualizamos o CRIA como um centro de apoio à sociedade, dentro da temática meio ambiente. Como insumo de ação, temos a organização e disseminação da informação científica e tecnológica de qualidade. Acreditamos que a compreensão e a internalização dos conceitos fundamentais sobre biodiversidade irão contribuir para uma considerável melhora na qualidade de vida da população e do seu ambiente. Internalizar estes princípios e conceitos implica ainda mudanças significativas nos valores e nos estilos de vida das sociedades atuais. Daí a importância da educação, da informação e da conscientização pública, que, aliadas a instrumentos econômicos, jurídicos e a políticas públicas adequadas, têm a missão de alterar comportamentos e promover mudanças substantivas de valores e atitudes.”
Nesses anos fizemos grandes avanços e obtivemos resultados expressivos. Iniciamos o CRIA com o desenvolvimento do Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/Fapesp, o SinBiota, e da revista Biota Neotropica. Em seu primeiro ano também tiveram início os trabalhos de desenvolvimento da rede SiCol – Sistema de Informação de Coleções de Interesse Biológico, para o Ministério de Ciência e Tecnologia e foi desenvolvido um novo sistema para o Bioline International, uma plataforma para a publicação de revistas e artigos de acesso livre e aberto.
No final de 2001 o CRIA teve o seu primeiro projeto aprovado pela Fapesp cujo objetivo era desenvolver uma rede integrada para acesso aos dados de 12 coleções biológicas do Estado de São Paulo, a rede speciesLink. Importantes barreiras técnicas e culturais precisaram ser ultrapassadas, mas a rede hoje conta com a colaboração de mais de 400 coleções e subcoleções, do Brasil e do exterior que, juntos, compartilham cerca de 7,5 milhões de registros e mais de um milhão de imagens. Nos últimos anos, o grande salto foi dado na botânica com o apoio do CNPq ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, que integra a rede speciesLink.
Outros importantes projetos também fazem parte dessa história, como a Flora brasiliensis online, a Lista de Espécies da Flora do Brasil, o Herbário Virtual A. de Saint Hilaire, o Herbário Virtual Auguste Glaziou, o openModeller, o Catálogo de Abelhas Moure, o OBIS no Brasil, entre outros projetos colaborativos que ajudaram a tornar a informação sobre a biodiversidade mais acessível à comunidade científica e público em geral.
Essas conquistas não são só do CRIA, mas de toda a comunidade científica, em especial os curadores e técnicos das coleções biológicas do país e do exterior que compartilham seus dados on-line, os taxonomistas que contribuem com o seu conhecimento na identificação das amostras biológicas e vários outros, inclusive os usuários que identificam erros e solicitam novas demandas dos sistemas.
O CRIA hoje significa esse conjunto complexo de provedores e usuários dos dados e ferramentas e de sua equipe de informática para biodiversidade.
Em seu 15º ano iniciamos uma nova etapa, buscando uma maior proximidade com a iniciativa privada e prefeituras, sem perder as parcerias estabelecidas com as instituições públicas de ensino e pesquisa e agências de fomento, fundamentais para o alcance dos nossos objetivos.
Sem dúvida temos grandes desafios pela frente, mas hoje temos também um currículo respeitável que nos permite continuar contribuindo para a melhora da qualidade de vida da população e do ambiente em que vivemos.