O INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos lançou esse livro relatando os resultados do projeto, alcançados no período de 2009 a 2016. Ênfase é dada ao trabalho em rede que resultou na integração de pesquisadores e técnicos de mais de 100 herbários do país e 21 do exterior e no compartilhamento aberto de mais de 5,5 milhões de registros e mais de 1,8 milhão de imagens. O texto está em português e inglês e seu prefácio é assinado pela Profa. Dra. Ana Maria Giulietti. O lançamento oficial foi realizado no dia 24 de agosto de 2017 durante a 68o. Congresso Nacional de Botânica e o pdf está disponível on-line no site do INCT.
As metas inicialmente estabelecidas foram todas superadas graças ao engajamento dos participantes dessa grande rede que acreditaram no projeto e continuaram contribuindo mesmo quando os recursos se tornaram escassos ou inexistentes.
Gostaríamos de destacar o papel histórico da Sociedade Botânica do Brasil, que há décadas discute a política para a botânica do país e para coleções botânicas. Criou a Comissão de Herbários, transformada na Rede Brasileira de Herbários, hoje responsável pelo catálogo on-line dos herbários do país, referência para o projeto. O "livro laranja" (Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade) teve o seu capítulo sobre Coleções Botânicas escrito por quatro representantes da SBB - Ariane Luna Peixoto, Maria Regina de V. Barbosa, Mariângela Menezes e Leonor Costa Maia – que hoje fazem parte do Comitê Gestor do INCT - Herbário Virtual. Além da importância da SBB na consolidação da estratégia do Herbário Virtual, os Congressos Nacionais Anuais são de grande importância, como fórum para a troca de experiências e divulgação dos trabalhos.
Fundamental também para o sucesso do INCT - Herbário Virtual é a participação da rede speciesLink, que em 2008 integrava 47 conjuntos de dados de algas, fungos e plantas e disponibilizava uma série de ferramentas de acesso livre e aberto on-line. Mas o trabalho muito próximo dos herbários com a equipe do CRIA, responsável pelo sistema de informação, resultou na criação de vários aplicativos e sistemas inovadores que são exemplos para outras e-infraestruturas do mundo. É importante ressaltar que esses desenvolvimentos não ficaram circunscritos à área da botânica. A grande maioria é também usada por coleções zoológicas e microbiológicas na rede speciesLink.
Por fim, também é essencial a parceria estabelecida com a RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, responsável pelo backbone da Internet nas universidades e instituições de pesquisa federais e estaduais do país. Mas nesse projeto a RNP também inovou. Além de possibilitar a participação plena de herbários de todos os estados brasileiros, passou a oferecer serviços de colocation, através de uma infraestrutura física para servidores e elementos de rede nas dependências do seu Internet Data Center (IDC). Assim, todos os equipamentos e servidores do CRIA que hospedam dados, informações, imagens, mapas, sistemas, ferramentas e serviços web de interesse e de acesso público estão instalados no espaço físico do IDC/RNP em Brasília, ou seja, no melhor lugar possível do país em termos de conectividade (estabilidade e rapidez), com uma infraestrutura excelente (elétrica, refrigeração, segurança).
Foram também desenvolvidas ferramentas que permitem a participação voluntária dos usuários. Graças à essas contribuições, o sistema BioGeo disponibiliza modelos de distribuição geográfica para 4.588 espécies, e mais de 1.800 anotações associadas a registros específicos da rede speciesLink, contribuindo com novas identificações e corrigindo erros. Tudo isso sem falar nos emails e feedbacks recebidos, muitos apresentando novas demandas. Juntos, a rede de provedores, usuários e a equipe responsável pelos sistemas de informação representam o centro de inovação do Herbário Virtual.
Além de documentar e dar publicidade ao que foi feito, dando início a uma nova etapa aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos - cada herbário e sua equipe, cada pesquisador que contribuiu com as suas coletas, fotos e conhecimento, cada desenvolvedor e cada técnico responsável pela manutenção dessa rede e cada usuário que, com seu olhar crítico, contribui para aprimorar o resultado desse trabalho.
Comitê Gestor