30 de dez. de 2021

Um ótimo 2022 para todos nós!

Aproveitamos o último post do ano para agradecer a todos os colaboradores e financiadores pela confiança e dedicação no compartilhamento de dados e conhecimento via rede, de forma aberta e livre.

2021 foi um ano muito complexo para o CRIA, que teve sua terceira grande transferência de todos os seus sistemas para outro centro de dados. A primeira ocorreu em 2013, quando os equipamentos do CRIA, em Campinas, foram fisicamente transferidos para o Internet Data Center da RNP em Brasília. Ganhamos muito com essa transferência, um ambiente mais seguro com infraestrutura profissional, incluindo excelente conectividade, além do fortalecimento da parceria com a RNP que também proporcionou a integração do CRIA à Redecomep em Campinas.

A segunda, em 2019, envolveu a transferência dos sistemas do IDC/RNP de Brasília para uma nova plataforma, o Centro de Dados Compartilhados da RNP (CDC/RNP) em Recife. O motivo foi a obsolescência dos nossos equipamentos e, com essa transferência, passamos a contar com os serviços em nuvem da RNP. Novamente o ganho foi grande, uma infraestrutura compatível com as nossas necessidades e uma despreocupação em relação à infraestrutura física necessária para manter nossos sistemas online.

Em setembro de 2020 fomos informados pela RNP da impossibilidade de manter os serviços do CDC por questões orçamentárias. Assim, em 2021 todos os sistemas foram transferidos para o Google Cloud Platform (CGP), dessa vez, numa mudança muito mais complexa por envolver a reestruturação de toda a infraestrutura do CRIA. Isso foi possível por termos recebido um crédito emergencial do Google para garantir que o sistema fosse mantido online enquanto buscamos uma solução mais perene. Portanto, além da transferência propriamente dita, nos preocupamos pela otimização do uso dos recursos para que o crédito concedido dure mais tempo. Novamente ganhamos muito nesse processo. Os grandes destaques são as parcerias com o Google e o MapBiomas, e o desenvolvimento do novo speciesLink, lembrando que a parceria com a RNP continua sendo fundamental.

Em relação ao novo speciesLink, gostaríamos de agradecer também às mais de 200 pessoas que responderam ao questionário lançado online em 2020 com o objetivo de receber um feedback com críticas e sugestões sobre o sistema. Acreditamos que a maior parte das sugestões foram atendidas no novo speciesLink cuja nova interface de busca foi lançada em agosto de 2021, mas continua em franco desenvolvimento. Outros componentes da rede serão lançados em 2022.

Com o uso de novas ferramentas, o sistema de busca ficou muito mais rápido, o que possibilitou a inclusão de filtros geográficos e diferentes formas de visualizar o resultado da busca. Com isso, o uso dos dados, que apresentava uma média de 680 milhões de registros por ano (1,9 milhão por dia), em 2021 apresenta um uso superior a 71 bilhões de registros, o que representa uma média de 195 milhões de registros por dia. A rede hoje disponibiliza 15,7 milhões de registros, portanto o sistema serve mais de 12 vezes o seu acervo por dia.

O número de imagens visualizadas praticamente dobrou, de 3,4 milhões de imagens em 2020 para 6,8 milhões, o que representa cerca de 19 mil imagens visualizadas por dia.

2022 certamente também será um ano desafiador para todos nós, mas acreditamos que a base construída através do trabalho colaborativo e em rede prosperará.

Desejamos um ótimo 2022 para todos!

Equipe do CRIA



17 de dez. de 2021

Race to Zero - Race to Resilience

 Dora Ann Lange Canhos
Centro de Referência em Informação Ambiental - CRIA


No dia 14 de dezembro pp celebramos o 21º. aniversário do CRIA com uma reunião dos nossos Conselhos Deliberativo, Fiscal e Consultivo, Diretoria e equipe. Na ocasião pudemos contar com a palestra da Dra. Jussara de Lima Carvalho, coordenadora da Assessoria Internacional da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do governo do Estado de São Paulo e presidente do Conselho Consultivo do CRIA. O papel da Dra. Jussara na Secretaria, além da atribuição usual das Assessorias Internacionais, é internalizar as Políticas Globais de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em todas as estruturas da SIMA e empresas e instituições vinculadas.

Em julho de 2021 São Paulo aderiu às campanhas da ONU “Race to Zero” e “Race to Resilience” para zerar a emissão de poluentes até 2050. A Dra. Jussara participou da comitiva do governo de São Paulo que foi à COP26 em Glasgow, de 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, onde apresentaram o documento “Plano de Ação Climática do Estado de São Paulo, Diretrizes e Ações Estratégicas – PAC NET ZERO 2050”.


Dra. Jussara apresentou as principais diretrizes do Plano de Ação Climática Net Zero 2050 para atingir, até o ano 2050, a neutralidade das emissões de gases de efeito estufa – GEE. Apresentou as linhas gerais do plano de ação que inclui a recuperação de 1,5 milhão de hectares com florestas nativas (Refloresta SP); um programa agronômico de produção eficiente combinado com proteção ambiental (Agrolegal) e o novo ICMS Verde que projeta a transferência de um bilhão de dólares norte americanos para municípios com administração ambiental eficiente, nos próximos 10 anos. Também apresentou programas existentes como o programa Nascentes, o de produção agrícola de baixo carbono, mobilidade urbana, arquitetura e engenharia de construções sustentáveis e o zoneamento ecológico-econômico do Estado de São Paulo.

Na reunião em Glasgow, São Paulo reafirmou o seu compromisso com as metas do acordo de Paris, demonstrou que:
  • de acordo com o inventário florestal de 2020, houve um aumento da cobertura vegetal do estado em 5% nos últimos 10 anos; 
  • há um controle do desmatamento legal do estado desde 2008; e que,
  • 62% da energia de São Paulo é renovável.
Durante a reunião foi lançado o projeto Amazônia + 10, uma ação conjunta entre São Paulo e os nove estados da Amazônia legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) em prol da Amazônia. Será investido um valor mínimo de R$ 100 milhões pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para a resolução de desafios de mudanças climáticas da Amazônia Legal.

Esse programa terá quatro grandes áreas de atuação:
  1. conservação da biodiversidade e mudanças climáticas;
  2. proteção de populações e comunidades tradicionais;
  3. desafios urbanos da Amazônia legal; e,
  4. bioeconomia como política de desenvolvimento econômico.
O Governo de SP em breve publicará decretos para aprimorar o programa de Compras Públicas Sustentáveis, Madeira Legal e Pagamento por Serviços Ambientais, além da própria regulamentação da PEMC.

Os Governadores pelo Clima lançaram na COP26 o Consórcio Brasil Verde que tem por objetivo fortalecer a governança socioambiental e climática do país, além de buscar financiamentos internacionais.

É importante também destacar o Acordo Ambiental, um compromisso voluntário com as empresas para redução de emissão de gases de efeito estufa. 

Mais de 1.300 entidades, empresas e municípios já aderiram a esse acordo que pretende induzir a redução de gases de efeito estufa nos próximos 10 anos e incentivar a implementação de novas tecnologias e soluções inovadoras, realçando o protagonismo do Estado na agenda climática.

Por fim, Dra. Jussara destacou a importância do papel dos governos subnacionais na adaptação climática e no fomento científico. Também destacou o ativismo de jovens e dos povos originários na COP26.

A apresentação foi seguida de um debate cujo principal foco foi a sociedade:

Como envolver e engajar a sociedade na questão ambiental?