Apesar do CRIA não ter nenhum projeto de apoio a esse grupo
taxonômico, o número de registros compartilhados através da rede speciesLink tem evoluído ao longo do
tempo. Hoje são 17 coleções biológicas dos estados do Amazonas, Espírito Santo,
Mato Grosso, Paraná, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo
e Tocantins, o levantamento para a construção do Zoneamento Ecológico Econômico
do Estado do Acre (2006) e os dados da coleção de peixes do Departamento de
Ictiologia da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia (ANSP).
A coleção ANSP foi a primeira coleção do exterior a contatar
o CRIA espontaneamente para integrar seus dados à rede speciesLink. Isso sem dúvida é muito gratificante e resulta não só
do trabalho de manutenção e desenvolvimento contínuo da rede, mas também pelo
trabalho desenvolvido pelas coleções brasileiras com a catalogação de novos
espécimes, melhoria da qualidade dos dados e atualização dos dados on-line. O resultado é que mais de 70%
das coleções de peixes do Brasil atualizaram seus dados nos últimos 12 meses.
Essas ações conjuntas é que tornam a rede speciesLink uma vitrine para o mundo.
A princípio, a coleção ANSP iria compartilhar apenas os
dados de amostras coletadas no Brasil. Trata-se de aproximadamente 60.000
espécimes (7.733 lotes) a maioria de peixes de água doce, incluindo coleções de
importância histórica (p.e., 1881-1882 Expedição de Herbert Huntingdon Smith) e
expedições financiadas pela US National
Science Foundation (p.e., 1993-1996 Projeto Calhamazon e 2012-2014 Projeto
iXingu, NSF DEB-1257813). No entanto, dada a importância do acervo - o
departamento é considerado um dos 5 centros de ictiologia mais importantes da
América do Norte - todo o acervo digital foi integrado à rede, um total de
cerca de 146 mil registros.
Também, graças ao apoio do CNPq para o desenvolvimento do
servidor de imagens e serviços associados por meio do projeto de um dos
Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do país, o Herbário Virtual da
Flora e dos Fungos, foram associadas imagens a alguns registros do acervo para
testes.
Acreditamos que o compartilhamento de imagens deverá ser um
próximo passo dessa rede, mas necessita de financiamento adequado.
O resultado é que a rede speciesLink
hoje disponibiliza pouco mais de 446 mil registros de peixes, todos de acesso
livre e aberto, com cerca de 290 mil registros de espécimes coletados no
Brasil.
São 10.367 espécies distintas (nomes aceitos utilizando como
referência o Catálogo da Vida - http://www.catalogueoflife.org),
mais de 28 mil registros de tipos e 1.826 registros de espécies ameaçadas de
extinção.
Esperamos que o compartilhamento aberto dos dados desses
acervos tão importantes fomente a pesquisa científica e a formação de recursos
humanos, além de subsidiar a elaboração de políticas públicas. Esperamos também
que a importância das coleções biológicas seja cada vez mais reconhecida e que esse
reconhecimento seja traduzido em apoio para a sua manutenção, aprimoramento e
crescimento contínuos.
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