13 de jun. de 2017

Fóssil de cogumelo mais antigo, com idade aproximada de 115 milhões de anos, é repatriado e incorporado ao acervo do Herbário URM, na UFPE


Foi repatriado e encontra-se depositado no Herbário URM, da Universidade Federal de Pernambuco, o fóssil de cogumelo mais antigo até agora registrado. Denominado Gondwanagaricites magnificus, o fóssil foi encontrado em excelente estado de preservação e representa também o primeiro conservado como uma substituição mineralizada em calcário laminado, enquanto os outros fósseis de cogumelo são mais recentes e encontram-se em âmbar. Assim, Gondwanagaricites representa o fóssil de cogumelo mais antigo do Gondwana.

O nome do gênero é uma combinação de Gondwana, o antigo supercontinente, com a palavra grega Agaricon (= cogumelo) e o sufixo ites, que representa um fóssil. O nome do epíteto específico vem do Latim magnificus, em razão da excelente condição de preservação em que o fóssil se encontra.

Os cogumelos constituem um importante grupo de fungos e aqueles da ordem Agaricales são caracterizados pela formação de basidiomas muito frágeis, que formam lâminas sob o “chapéu” - pela natureza pouco duradoura, raramente são fossilizados. Até hoje só outros 10 cogumelos foram encontrados na condição de fóssil, todos como inclusões em âmbar, originados dos períodos Cretáceo-médio (cerca de 99 milhões de anos), ao início do Mioceno (cerca de 16-18 milhões de anos). Gondwanagaricites magnificus, no entanto, originou-se no período inicial do Cretáceo, e tem idade aproximada de 115 milhões de anos.

O fóssil é originário da Formação Nova Olinda, na Chapada do Araripe, Crato, Ceará, Nordeste do Brasil. Levado de modo ignorado para os Estados Unidos, foi resgatado pelo micologista, Prof. Andrew Miller, que juntamente com colegas da área de paleontologia estudou e classificou o material. Considerando a importância da manutenção do fóssil no seu país de origem, o Prof. Miller consultou a Curadora do Herbário URM sobre a possibilidade do repatriamento, que foi então realizado, e agora o fóssil está devidamente guardado no acervo de fungos do Departamento de Micologia da UFPE.   

Mais detalhes no artigo http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0178327
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