28 de set. de 2021

Evento: Biodiversity Digitization - Celebrating a decade of progress

 Dora Ann Lange Canhos, Diretora Associada do CRIA



As instituições iDigBio (Integrated Digitized Biocollections), GBIF (Global Biodiversity Information Facility), U.S. National Museum of Natural History (Smithsonian) e National Science Foundation (NSF) organizaram o evento “Biodiversity Digitization: Celebrating a Decade of Progress” nos dias 22 e 23 de setembro de 2021. Mais de mil pessoas de 53 países se registraram para o evento. 

Ao longo de dois dias foram 36 panelistas representando 12 países. O CRIA teve a honra de ser convidado para apresentar a sua experiência na rede speciesLink sobre qualidade e limpeza de dados (Data Cleaning Strategies). 

Os temas discutidos foram:

·      Inovações: Estratégia e Coordenação. Nesse tema foram apresentados trabalhos de produção de imagens 3D, digitalização de grandes coleções de insetos, entre outros.

·    Comunidade. Alguns trabalhos nesse tema foram a mobilização de coleções paleontológicas nos Estados Unidos, exemplos de Crowdsourcing, WeDigBio, automação e mobilização de dados para pequenas coleções regionais, o sistema distribuído Europeu de coleções e a colaboração regional na América do Sul e Caribe do GBIF.

·    Coleções de História Natural e os Grandes Desafios. As apresentações incluíram: Porque precisamos de digitação, machine learning, inteligência artificial em um momento de mudança global; Conectando coleções de história natural e genômica; Como coleções podem contribuir na pandemia; Valoração de dados digitais de coleções; Digitalização de coleções nos EUA nos últimos 10 anos; e, Estratégias de limpeza de dados do speciesLink.

·    What’s next? Para discutir esse tema, as apresentações incluíram: O Mecanismo Coordenador para a Gestão da Informação sobre Biodiversidade na África: Fortalecimento da Ciência, Tecnologia e Inovação; Inovação com participação; Novos fatores que impulsionam a digitalização no Museu de História Natural; Manejo de abelhas: estabelecimento da primeira coleção de referência de Abelhas da África Ocidental; Paleo, µCT, canais de aprendizado profundo e aplicações de pesquisa; Uso automatizado de espécimes digitalizados na botânica; Coleções biológicas como infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento; Saltando de espécimes e amostras do projeto NEON em uma teia de dados vinculados; A comunidade falou: agora, como podemos traduzir palavras em ações?

O evento foi muito bem organizado e todas as apresentações e discussões foram gravadas. Também foram previamente preparados resumos e gravações individuais de cada apresentação. Recomendo o acesso ao wiki da conferência


24 de set. de 2021

Participação do CRIA no evento Setembro Botânico

Em comemoração ao dia do biólogo (dia 3), dia da Amazônia (dia 5) e dia da árvore (dia 21), o Herbário da Universidade Federal do Amazonas (HUAM) organizou o evento Setembro Botânico 2021, com o apoio dos principais Herbários do Amazonas (INPA, EAFM  e HERBIT).

O evento online ocorreu entre os dias 20 e 24 de setembro, com palestras, mesas redondas, oficinas e uma série de vídeos. A Dra. Helba Cirino, representando o CRIA, apresentou a palestra “Digitalizar para preservar e difundir” em que discorreu sobre a importância da integração e disponibilização dos registros das coleções biológicas online através da rede speciesLink. Na ocasião, a Dra. Helba mostrou alguns produtos derivados da integração de dados de herbários e procurou incentivar a participação das coleções que ainda não compartilham seus dados online, na rede speciesLink.

Ao longo da semana, o evento proporcionou a divulgação do trabalho de herbários e de temas importantes como paisagismo urbano e valorização dos polinizadores. Procurou incentivar a geração de estudantes e futuros pesquisadores a serem cada vez mais conscientes quanto à importância da botânica para a conservação e preservação ambiental.

O vídeo com a participação do CRIA no evento está disponível no YouTube pelo link https://www.youtube.com/watch?v=2VI7SY31htw.




20 de set. de 2021

A Coleção de Referência de Ovos e Larvas de Peixes do Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton e Pesca em Águas Interiores (CROLP-LEIPAI) disponibiliza dados do seu acervo no CRIA.

Diego Maia Zacardi, Dr. Ciência Animal - Ecologia Aquática e Aquicultura, Coord. Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton e Pesca em Águas Interiores - LEIPAI, Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas - ICTA, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA

A Coleção de Referência de Ovos e Larvas de Peixes do Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton e Pesca em Águas Interiores (CROLP-LEIPAI) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) foi pensada e criada para atender as determinações de inúmeros projetos de pesquisa, além de disponibilizar os dados para diversos outros pesquisadores. A coleção oferece apoio a pesquisas ecológicas e inventários ictioplanctônicos. Também procura divulgar a importância de coleções científicas, seja para produção de conhecimento ou em ações de extensão junto à comunidade local e/ou científica. Outras informações do LEIPAI podem ser encontradas e acessadas via: https://leipaiufopa.com

A coleção está preparada para receber amostras de várias bacias hidrográficas e estados brasileiros. Atualmente contempla mais de 80 espécies identificadas, compreendendo mais de 210.000 espécimes de larvas de peixes da Amazônia. É um acervo de expressão regional composto majoritariamente de material recente, principalmente de exemplares capturados em sistemas fluviais provenientes da região norte do Brasil (rio Solimões, rio Japurá, rio Amazonas, rio Tapajós, rio Trombetas, rio Xingu, rio Guamá, rio Pará, e suas zonas adjacentes como lagos, furos, canais, entre outros), além de amostras da região estuarina e costeira.

O processo de catalogação e informatização da coleção está em andamento, entretanto, os espécimes e os dados da coleção estão disponíveis a pesquisadores bem como a consulta por estudantes de graduação e pós-graduação, devidamente autorizados e acompanhados pelo curador ou técnico responsável. Destaca-se que dentre as coleções ictioplanctônicas reconhecidas no Brasil, apenas essa situa-se na Amazônia. Em curto espaço de tempo pretendemos disponibilizar, por meio do formulário de busca do speciesLink, arquivos de imagens em cores e com escala de tamanho, contemplando os diversos estágios de desenvolvimento larval de cada espécie catalogada.


a) Catalogação das larvas. b) Amostras tombadas

c) Espaço físico. d) Armários superiores de armazenamento das amostras tombadas

e) Amostras em via de tombamento



15 de set. de 2021

A importância do speciesLink para milhares de usuários

 Giselda Durigan, pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais do Estado de SP

Quando comecei minha carreira de cientista na década de 1980, estudando a vegetação nativa, sua ecologia e restauração, não existia um livro sequer com ilustrações das espécies onde eu pudesse confirmar a identificação de uma planta que tivesse em mãos, etapa fundamental de qualquer estudo em ecologia vegetal. Para chegar a essa informação, era preciso enfrentar a saga de visitar as coleções botânicas, nem sempre acessíveis, e encarar todas as limitações decorrentes de identificações incompletas, desatualizadas, ou pior, equivocadas. Um trabalho lento, cansativo, insalubre e, muitas vezes, infrutífero.

A existência, hoje, de bases de dados como o speciesLink, mantido pelo CRIA, tornou a minha vida e a de todos os que dependem da identificação de plantas (entre outros seres vivos) extremamente mais fácil. Esse gigantesco avanço geralmente não é percebido pelas novas gerações, que aprenderam a acessar a internet antes mesmo de aprender a ler e escrever. Por isso, é preciso falar sobre o assunto, pois a continuidade da existência dessas bases de dados depende de sua valorização por toda a sociedade. 

É preciso que se compreenda que o gigantesco acervo das coleções de biodiversidade no Brasil, construídos pelos taxonomistas ao longo de séculos, não teria a extraordinária utilidade que tem hoje se não existissem profissionais dispostos a viabilizar a disponibilização das imagens e informações por meio de um sistema ágil e inteligente de busca, como é hoje o speciesLink. 

   





  






14 de set. de 2021

Biodiversity Digitization: Celebrating a Decade of Progress

 Vale a pena conferir!


A agenda detalhada está disponível na página: 

https://www.idigbio.org/wiki/index.php/Biodiversity_Digitization:_Celebrating_a_decade_of_progress 

A conferência irá destacar experiências de sucesso na digitação e mobilização de dados sobre biodiversidade, apresentando diferentes estratégias para diferentes grupos taxonômicos.  O CRIA foi convidado para participar do evento para apresentar as estratégias adotadas pela rede speciesLink em relação à limpeza de dados (speciesLink's data cleaning strategies). Esse trabalho será apresentado pela Dora Canhos no segundo dia do evento, na 5a. feira dia 23 de setembro às 11:30, horário do Brasil.

Hoje fomos informados que já existem cerca de 700 pessoas inscritas no evento e o limite é de 1.000 inscrições. Daí esse anúncio para que as pessoas interessadas não deixem de se inscrever no endereço https://bit.ly/3zDMcQS 

3 de set. de 2021

Um campo de futebol não traduz a perda ocorrida em tragédias ambientais

 Dora Ann Lange Canhos, Centro de Referência em Informação Ambiental

Quando ocorre alguma tragédia ambiental, como uma queimada, por exemplo, o noticiário divulga a perda em área equivalente a tantos campos de futebol. Informar a área é importante, como também é interessante traduzir metros ou quilómetros quadrados usando um valor que o cidadão comum tenha como referência. Mas normalmente fica nisso. Perde-se, com essa imagem, o fator fundamental por trás da tragédia, além do fator humano. Qual foi a perda da biodiversidade? Quais ecossistemas foram afetados? Qual é o impacto dessa destruição em termos de serviços ambientais? Que espécies foram afetadas? Como recuperá-las?



Visualizar uma queimada em termos de campos de futebol pode passar uma ideia errada da dimensão da perda, uma vez que, no nosso imaginário de "campos de futebol", visualizamos apenas gramados extensos. A perda é muito maior e sua verdadeira dimensão deve ser divulgada.

A divulgação dos incêndios no pantanal, no ano passado, tocou as pessoas porque foram exibidas imagens de animais mortos e feridos, causando muita empatia. No entanto, até nesse caso, pouco se falou da perda de outros animais, plantas, fungos, algas e microrganismos importantíssimos para a cadeia alimentar, para a polinização, para a proteção dos rios, etc. etc. Sem falar no potencial uso de novas moléculas para diversos fins, como fármacos, por exemplo. Potencialmente também perdemos o que sequer conhecemos.

Exemplos de imagens online de espécimes coletados no pantanal (speciesLink, 03/09/2021)

A rede speciesLink hoje compartilha cerca de 15,5 milhões de registros de espécimes coletados ou observados no Brasil e em outros países da América do Sul. Os primeiros registros são do século 17, com coletas realizadas por Georg Marcgrave, geógrafo, astrônomo e naturalista, que esteve na então colônia holandesa, entre os anos de 1638 a 1644

A interface de busca da rede speciesLink possui filtros geográficos que facilitam a análise de áreas como unidades de conservação (federais, estaduais e municipais), terras indígenas, bacias hidrográficas além de biomas, regiões, estados e municípios brasileiros. Usando essa interface para obter registros de ocorrência de espécies no Pantanal, obtém-se mais de 100 mil registros e 13 mil imagens de mais de 6 mil espécies distintas de animais, plantas, algas, fungos e microrganismos, de amostras coletadas e depositadas em coleções biológicas do país e do exterior. 

É fundamental que as perdas resultantes de tragédias causadas ou não por ações humanas, sejam dimensionadas, "traduzidas" e comunicadas à população em sua dimensão real. É fundamental também ressaltar o trabalho cientifico de coleta, identificação e conservação desse material nas coleções mantidas por Universidades e instituições de pesquisa, verdadeiras bibliotecas da vida. 

Nota: Todos os dados e imagens da rede speciesLink são de acesso público e aberto, apenas solicitamos a citação à fonte dos dados.


19 de ago. de 2021

A Coleção de Briófitas do HUNI: beleza em miniatura

 Sandra Zorat Cordeiro, Curadora do HUNI

A Coleção de Briófitas do Herbário Prof. Jorge Pedro Pereira Carauta, o HUNI, começou a ser montada por sugestão e iniciativa do doutorando Erick Alves Pereira Lopes Filho (Museu Nacional/UFRJ), um ativo coletor e colaborador do HUNI, ao perceber que muitas coletas realizadas por alunos, dentro de atividades didáticas da disciplina de Vegetais Criptogâmicos do curso de Ciências Biológicas da UNIRIO, não tinham identificação. A partir do seu contato com o Prof. Dr. Denilson F. Peralta, do Instituto Botânico de São Paulo (IBt), iniciou-se uma intensa permuta de materiais entre o HUNI e o SP (Herbário Maria Eneyda P. K. Fidalgo do IBt). O saldo foi mais que positivo: conseguimos a identificação das nossas amostras pelo Prof. Denilson, recebemos centenas de amostras de vários estados brasileiros (AC, AL, AM, BA, DF, ES, GO, PA, PE, PR, RJ, RO, SP), mais de 70 amostras do Parque Nacional do Caparaó, em Alto Caparaó (MG) e ainda duas amostras internacionais, uma da Finlândia e outra da Polônia. 

Com a chegada ao HUNI, em 2019, de um microscópio estereoscópico (lupa) com câmera fotográfica acoplada, montamos um projeto de captura de imagens da nossa Coleção de Briófitas. Contatando o pessoal do REFLORA, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, descobrimos que precisaríamos, antes das imagens detalhadas obtidas pela lupa, de uma imagem com o aspecto geral da amostra, com foto da etiqueta, escala de tamanho e de cores. E aí, a colaboração do nosso estagiário Matheus Gimenez Guasti, (aluno do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas/UNIRIO) foi fundamental: ele adaptou um antigo arquivo sem uso em um mini estúdio fotográfico e, assim, conseguimos começar a fotografar o aspecto geral das amostras. Ao mesmo tempo, iniciamos a obtenção de imagens das briófitas com a lupa - estava dada a largada para uma das atividades mais prazerosas do herbário: se surpreender com os detalhes de cada amostra. 

O processo de captura de imagens das briófitas, tanto no mini estúdio adaptado como na lupa, estava num ótimo ritmo, mas com a chegada da pandemia, as atividades presenciais foram interrompidas. Até o momento, conseguimos disponibilizar imagens de, aproximadamente, 20% do acervo de briófitas, que contém pouco mais de 300 amostras. As imagens foram inicialmente disponibilizadas online no REFLORA e agora estão acessíveis também através do formulário de busca do speciesLink.

Através da lupa é possível se deslumbrar com a quantidade de detalhes e beleza contidos em cada uma das amostras: filóides minúsculos e brilhantes dispostos num arranjo minucioso, esporófitos com cápsulas e caliptras nos mais incríveis formatos e em diversas fases de amadurecimento - da sua formação até após a liberação dos esporos. É inacreditável a quantidade de informação contida numa pequena amostra de briófita: tanta minúcia e beleza assim tão escondidas dos olhos. 

Desde nosso ingresso na Plataforma speciesLink, o acesso e utilização do nosso acervo vêm alcançando marcas cada vez maiores: de 2018 até agora, já somamos mais de 6,5 milhões de registros utilizados, o equivalente a ter quase todo nosso acervo com cerca de 6500 amostras consultado mais de mil vezes. E isso porque nosso acervo ainda não está digitalizado. O início da disponibilização de imagens da nossa pequena Coleção de Briófitas é a nossa primeira experiência com digitalização de imagens do acervo e ela tem sido gratificante. Esperamos, com o fim da pandemia e a retomada das atividades presenciais, continuar nosso projeto de fotografar esse incrível mundo invisível e disponibilizá-lo para que todos tenham acesso não apenas à informação de qualidade, mas que também possam se encantar com a beleza em miniatura que estas plantinhas escondem.

Deixamos aqui o nosso "muito obrigada" a todos que fazem parte desta história.

Para maiores informações sobre o HUNI e nosso acervo: http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni

Algumas das imagens obtidas com lupa, e disponíveis nas plataformas speciesLink e REFLORA, a partir de amostras da Coleção de Briófitas do HUNI. 






9 de ago. de 2021

Evolução qualitativa dos dados da subfamília Andreninae

 Dora Ann Lange Canhos (1), Sidnei de Souza (1) e Eduardo Almeida (2)

(1) CRIA, (2) FFCLRP, USP

Em julho de 2021 foi produzido o novo relatório Lacunas de conhecimento das abelhas no Brasil, relatório rodado a cada semestre desde julho de 2019. Portanto, hoje podemos analisar a evolução qualitativa dos dados disponíveis online na rede speciesLink no período de dois anos. Como exemplo iremos analisar a subfamília Andreninae com 483 espécies no Catálogo de Abelhas Moure, sendo que 374 não têm registro de ocorrência no Brasil e 109 espécies têm referências sobre a sua ocorrência no Brasil.

Sempre de acordo com o Catálogo Moure, o relatório analisa dois grupos de espécies: (1) as espécies que não têm registro de ocorrência no Brasil e (2) as espécies que ocorrem no Brasil.

A ideia de incluir a análise de todas as espécies de abelhas, com ou sem registros de ocorrência no Brasil, é permitir uma análise do próprio Catálogo Moure, o que poderá futuramente auxiliar na análise de espécies que poderão ser incorporadas ao catálogo como com ocorrência no Brasil.

Esse post utilizou os critérios mais inclusivos do Lacunas, ou seja, busca fonética por nomes aceitos e seus sinônimos, de registros com ou sem coordenadas geográficas.

I.  Espécies sem registro de ocorrência no Brasil de acordo com o Catálogo Moure

A ferramenta Lacunas, em julho de 2019 encontrou 10 registros desse grupo com ocorrência no Brasil e 12 em 2021. As 12 espécies encontradas no Lacunas de julho de 2021 com coletas no território nacional são:
  • 5 da tribo Calliopsini: Arhysosage flava Moure, 1958 com 2 registros; Calliopsis hondurasica Cockerell, 1949 com 1 registro; Callonychium flaviventre (Friese, 1906); Callonychium mandibulare (Friese, 1916) com 2 registros e Callonychium minutum (Friese, 1906) com 1 registro.
  • 2 da tribo Oxaeini: Oxaea fuscescens Sichel, 1865 com 1 registro e Oxaea stenocoryphe Moure, 1947, com 1 registro.
  • 5 da tribo Protandrenini: Parapsaenythia paspali (Schrottky, 1909), com 2 registros; Parapsaenythia puncticutis (Vachal, 1909), com 5 registros; Psaenythia demissa Holmberg, 1921, com 3 registros; Psaenythia magnifica Holmberg, 1921, com 1 registro; Psaenythia superba Friese, 1908, com 1 registro.
São informações de possível interesse para os especialistas em abelhas, que poderão avaliar se esses dados de ocorrência estão corretos.

II.  Espécies com registros de ocorrência no Brasil de acordo com o Catálogo Moure

Para essa análise foi utilizado o mesmo critério, a busca fonética, por nomes aceitos e seus sinônimos, de registros com ou sem coordenadas geográficas. A tabela a seguir traz a evolução dos dados das espécies desse grupo.


Em julho de 2019 somente 48,6% das espécies da subfamília Andreninae citadas no Catálogo Moure como tendo ocorrência no Brasil, tinham pelo menos um registro na rede speciesLink. Em dois anos esse número evoluiu para 55%, o que representa um aumento importante e significa que 7 novas espécies passaram a ter registros na rede speciesLink.

III.  Lacunas geográficas

Para as espécies que ocorrem no Brasil, o Catálogo Moure também apresenta as lacunas geográficas, indicando as espécies sem registros por estado.

Comparação entre os meses de Julho de 2019 e Julho de 2020 das lacunas geográficas por estado da união e Distrito Federal

O número de espécies sem registros de ocorrência no estado de São Paulo, aumentou de 13 para 14. A espécie Cephalurgus atriventris (Schrottky, 1906)  passou a ser uma lacuna geográfica para o estado na rede speciesLink. No período analisado, os seguintes estados diminuiram o número de espécies sem registros de ocorrência: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Em julho de 2019 não havia registros para a espécie Oxaea flavescens Klug, 1807 no estado de Goiás, sendo que em julho de 2021 essa lacuna não existe mais. A ocorrência dessa espécie em Goiás está documentada no acervo da Coleção Entomológica da Universidade de Brasília (DZUB) com 41 registros de ocorrência. Nesse período também foram integrados os dados do acervo da Coleção de Hymenoptera do Museu da Biodiversidade (HyMB) da Universidade Federal da Grande Dourados que compartilhou imagens de seu acervo. As imagens a seguir são de dois registros da espécie Oxaea flavescens coletadas em Dourados, MS.

Imagens dos registros Hymb00003-A e Hymb00013-A da Coleção de Hymenoptera do Museu de Biodiversidade da Universidade Federal da Grande Dourados, HyMB

Em julho de 2019 não havia registros para as espécies Anthrenoides meridionalis (Schrottky, 1906) e Rhophitulus dubium (Vachal, 1909) no estado de Minas Gerais. Essa lacuna, em julho de 2021, não existe mais.

A ocorrência da espécie Athrenoides meridionalis em Minas Gerais está documentada no acervo da Coleção Entomológica da Universidade de Brasília (DZUB) com 9 registros de ocorrência. O Museu de História Natural de Paris compartilha um holótipo da espécie Rhophitulus dubium com a rede speciesLink.

Imagem do registro EY25566 (holotipo) do MNHN - Museum national d'Histoire naturelle (2020). The Hymenoptera collection (EY) of the Muséum national d'Histoire naturelle (MNHN - Paris).

Em relação ao estado do Paraná, em julho de 2019 não havia registros para as espécies Anthrenoides rodrigoi Urban, 2005 e Psaenythia quadrifasciata Friese, 1908. No relatório Lacunas de julho de 2021 essas lacunas não existem mais.

A ocorrência da espécie Athrenoides rodrigoi no estado do Paraná está documentada no acervo da Coleção Entomológica da Universidade de Brasília (DZUB) com 2 registros de ocorrência com o mesmo local e data de coleta. A ocorrência da espécie Psaenythia quadrifasciata no estado do Paraná também está documentada no acervo da Coleção Entomológica da Universidade de Brasília (DZUB) com 1 registro de ocorrência.

Havia 10 espécies que, de acordo com o Catálogo Moure, ocorrem no estado de Santa Catarina sem registros de ocorrência na rede speciesLink em julho de 2019. No entanto, a ocorrência da espécie Callonychium petuniae Cure & Wittmann, 1990 hoje está documentada nos acervos da Coleção Entomológica da Universidade de Brasília (DZUB) e na Coleção de Abelhas do Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP-Abelhas), ambas com um registro cada.

No Rio Grande do Sul, em julho de 2019 não havia registros para 8 espécies. O relatório Lacunas de julho de 2021 indica que cinco dessas espécies passaram a ter dados online do acervo da Coleção de Abelhas do Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP-Abelhas). São elas: 
  • Anthrenoides admirabilis;
  • Anthrenoides francisci;
  • Anthrenoides gibbosus; 
  • Anthrenoides sulinus; e, 
  • Rhophitulus hamatus.
Ao evidenciar as lacunas de dados taxonômicos, geográficos e temporais através da análise dos dados das coleções biológicas integradas à rede speciesLink, espera-se identificar as espécies e estados prioritários para pesquisas e novas coletas, além de incentivar o trabalho das coleções de abelhas do país na digitação e integração de seus dados à rede speciesLink.

Esse trabalho é um produto da Chamada Pública CNPq/MCTIC/IBAMA/Associação ABELHA Nº 32/2017

Linha de Pesquisa: Monitoramento e avaliação da situação das abelhas nativas no Brasil

Instituições parceiras:
  • Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria)
  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária: – Embrapa Amazônia Oriental (Pará) e Embrapa Meio Ambiente (São Paulo)
  • Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Universidade de Brasília (UnB)
  • Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Universidade de São Paulo (USP)

23 de jun. de 2021

GIN TAX - Goiás

Ana Odete Santos Vieira (UEL, INCT-HVFF)


Gincana de identificação e atualização de nomes de espécies coletadas em Goiás



Ao longo dos Congressos Nacionais de Botânica, sempre é costume a abertura dos acervos do(s) herbário(s) dos municípios que sediam os eventos, para visitas e estudo dos especialistas. Muitos exemplares são identificados nesta atividade, enriquecedora tanto para os especialistas quanto para as coleções.

Os herbários virtuais, integrando imagens das coleções on-line, vêm sendo organizados e ampliados nos últimos anos. Recentemente, passaram a ser objeto de estudo por especialistas, direcionados em ações como a comemoração do Dia da Botânica e as Gincanas de Identificação Virtual do Herbário VIES, que ocorreram em 2020.

Devido à atual situação da pandemia de Covid-19, que levou o 71º Congresso Nacional de Botânica, sediado em Goiás, para a modalidade virtual, os herbários de Goiás não poderão contar com a visita de especialistas aos seus acervos, no período do evento. Diante disso e das experiências positivas obtidas nas ações de identificação virtual mencionadas, propõe-se a realização de uma gincana para identificação e correção de dados de espécimes coletados no Estado de Goiás, com imagens online. 

Assim, estamos propondo a GIN TAX - Goiás, para incentivarmos os botânicos a conhecerem mais sobre as coleções e a flora e funga deste Estado. Sabemos que nem todas as imagens poderão ser identificadas, assim também será uma forma dos especialistas reconhecerem exemplares que merecerão outros estudos no futuro.

PERÍODO

26 de junho (8h) até 1º de julho de 2021 (18h) – horários de Brasília.

OBJETIVO

Ampliar o número de registros de coletas do estado de Goiás identificados corretamente nos herbários.

FORMAS DE PARTICIPAÇÃO

Os botânicos poderão enviar suas identificações ou atualizações como anotação ao registro disponível na rede speciesLink https://specieslink.net/search através da ferramenta “anotação” disponível junto a cada registro. Dessa forma, mesmo que os dados ainda não tenham sido atualizados pelos herbários, os usuários terão acesso às anotações com as novas identificações.

Se não forem usar o speciesLink, os botânicos poderão submeter suas identificações ou atualizações por meio do formulário Google.

PREMIAÇÃO

Serão premiados com livros os três botânicos que efetuarem o maior número de correções e/ou identificações no período da gincana. O resultado da premiação será anunciado na sexta-feira, dia 2 de Julho de 2021.

Também serão sorteados exemplares de livros, na sexta-feira, dia 2 de julho de 2021, entre todos os participantes da GIN TAX - Goiás.

REALIZAÇÃO:

71º Congresso Nacional de Botânica

APOIO:

Herbário VIES – Universidade Federal do Espírito Santo

INCT – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Brasil

CRIA – Centro de Referência em Informação Ambiental

Segue um passo-a-passo de como contribuir nessa ação de identificação de espécimes online.

1.      O primeiro passo ao acessar a página de busca da rede speciesLink (https://specieslink.net/search/) é clicar na opção “Entrar” na barra superior azul para se cadastrar no sistema ou para digitar o seu email e senha. Somente pessoas cadastradas podem usar a ferramenta de Anotações.

2.      Uma vez cadastrado e “logado” no sistema, abra o formulário de busca.

3.      Escolha como parâmetros de busca: estado=Goiás; rede=INCT – HVFF; Base de Registro = espécime preservado; e imagens = com imagens.

4.      Faça a busca e abre a opção NÚMEROS e verá o seguinte resultado, ou algo semelhante, uma vez que a rede speciesLink é uma base dinâmica com a entrada diária de novos dados.



São 67 conjuntos de dados com cerca de 116 mil registros com amostras coletadas em Goiás, com imagens associadas aos dados. São 2.395 registros identificados até o nível de família; 11,6 mil até gênero, mais de 101 mil registros identificados até espécie e 158 sem qualquer identificação.

5.      Supondo que você é especialista do gênero Mimosa. Voltando ao formulário de busca, no campo nome científico digite Mimosa embranco, além de manter os outros elementos da busca. A seguir é apresentada uma imagem do formulário preenchido.


O sistema recuperou 192 registros de 18 conjuntos de dados que atenderam esses critérios de busca.

Analisando os números em relação a duplicatas (coletor + número de coleta + data de coleta iguais), o sistema achou 13 duplicadas nesse conjunto de dados e 34 com toda a rede que podem auxiliar no processo de identificação.

6.      Clique na opção REGISTROS para analisar os registros encontrados

7.      Ao analisar um registro específico, basta clicar na opção nova anotação logo abaixo do registro, lembrando novamente que o usuário precisa estar cadastrado. O sistema devolverá o seguinte formulário a ser preenchido e enviado:

As opções de assunto são nome científico, identificação, geografia e outros. Faça a sua anotação e clique em ENVIAR. Sua anotação será enviada ao curador responsável por aquele registro e será anexada ao registro online como anotação.


18 de jun. de 2021

Dia Mundial de Combate à Desertificação

 Helba C. Souza

O dia 17 de junho foi estabelecido pela ONU como o Dia Mundial de Combate à Desertificação.

Momento de pensar em como evitar os efeitos daquele fenômeno, pois deserto é quase ausência de vida. E precisamos de Vida! Que a vida floresça cada dia mais!

Fototeca Maurício Mercadante

Plantae Fabaceae
Centrosema bracteosum Benth.
FMM 669 Coleta: 27/11/2010.
Loc: Parque Ecológico Dom Bosco, Brasília, Distrito Federal, Brasil
Coord. orig.: [lat: -15.797781 long: -47.807511 WGS84]
Notas: Hábito: Erva; Domínio Fitogeográfico: Cerrado; Vegetação: Cerrado (lato sensu)
tipo de registro: MachineObservation
status taxonômico: aceito, Flora do Brasil 2020