João Renato Stehmann, Professor do Departamento de Botânica, ICB, UFMG
O livro-herbário e diversos manuscritos foram levados para a Holanda e serviram de base para a publicação da Historia Naturalis Brasiliensis (Piso & Marcgrave 1648), editado por Jan de Laet, que faleceu em 1649. Após sua morte, o herbário foi comprado por Willian Worm e levado para a Dinamarca. Posteriormente foi adquirido pelo então rei da Dinamarca, Frederico III, e incorporado ao acervo real, hoje no Museu de História Natural da Dinamarca.
Para se ter uma ideia da importância do acervo, devemos lembrar que as outras amostras antigas provenientes do Brasil datam da segunda metade do século XVIII, como aquelas coletadas por Philibert Commerson (e Jeanne Baret), 1767, e de Alexandre Rodrigues Ferreira, entre 1783 e 1792. O acervo digital repatriado pode ser considerado uma verdadeira relíquia!.
O Herbarium vivum brasiliense foi estudado na década de 1970 pelos pesquisadores Dárdano de Andrade-Lima, botânico pernambucano, Anne Fox Maule, Troels Myndel Pedersen e Knud Rahn, dinamarqueses, o que resultou na publicação da lista identificada e comentada das amostras. Quase uma década depois, como forma de divulgar esse importante acervo histórico, o texto do artigo, escrito originalmente em inglês, foi traduzido para o português e publicado como livro, incluindo as fotografias das amostras.
A divulgação das imagens das plantas coletadas por Marcgrave no INCT Herbário Virtual, em parceria com o Museu de História Natural da Dinamarca, é como a descoberta de um tesouro perdido. Resgata um dos mais importantes patrimônios históricos da flora brasileira, além de possibilitar que a comunidade científica possa, de forma acessível, utilizá-lo na pesquisa e ensino em diversas áreas do conhecimento.
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