Uso dos dados da rede speciesLink
Pesquisa on-line sobre o uso dos dados e perfil do usuário
Com o apoio da Fapesp, em outubro de 2001 teve início o
desenvolvimento da rede speciesLink
com objetivos muito ambiciosos:
- Desenvolver e implantar um sistema distribuído de informação sobre biodiversidade integrando coleções biológicas do estado de São Paulo com os dados do SinBiota (Biota/Fapesp) e da rede americana Species Analyst (uma das primeiras redes on-line com dados de coleções biológicas);
- Desenvolver e implementar modelos matemáticos para previsão de distribuição geográfica de espécies, usando como entrada os dados obtidos da rede speciesLink;
- Desenvolver aplicativos específicos para a resolução de problemas em biodiversidade e meio ambiente, tais como estudos de espécies invasoras, mudanças climáticas, proteção de espécies ameaçadas, planejamento de áreas de conservação, entre outros, utilizando os dados do sistema distribuído (objetivo 1) e os modelos de distribuição geográfica de espécies (objetivo 2) e torná-las disponíveis através da Internet, para a comunidade científica, comunidade educacional, formuladores de políticas ambientais e tomadores de decisão na área de conservação ambiental.
O segundo objetivo foi atendido com o desenvolvimento da
plataforma para modelagem do nicho ecológico de espécies openModeller (openmodeller.sourceforge.net),
iniciado nesse projeto e, a partir de 2005, desenvolvido em parceria com o INPE
e a Poli/USP com o apoio da Fapesp.
A infraestrutura de dados e ferramentas computacionais da
rede speciesLink serviu de base para
o desenvolvimento do INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF)
com o apoio do CNPq e da SIColNet (Sistema de Informação de Coleções de Interesse
Biotecnológicos) com o apoio do CNPq e Finep, possibilitando integrar dados de novos
acervos além do desenvolvimento de novas ferramentas e aplicativos, disponíveis
on-line a todos os interessados. As
estatísticas de uso dos dados da e-infraestrutura (www.splink.org.br/showUsage)
mostram que em 2015, mais de 478 milhões de registros foram utilizados, sendo
que até o início de agosto de 2016, já são mais de 370 milhões de registros.
Voltando ao objetivo 3 do projeto inicial de desenvolvimento
da rede speciesLink, será que o sistema
está realmente sendo utilizado pelo público alvo - a comunidade científica,
comunidade educacional, formuladores de políticas ambientais e tomadores de
decisão na área de conservação ambiental?
No final de março de 2016, com o apoio da OCSDNet (Open and Collaborative Science in
Development Network), o CRIA lançou uma pesquisa on-line para identificar o perfil do usuário da rede speciesLink e a finalidade do uso dos
dados. Até o dia 05 de agosto foram obtidas 505 respostas cuja análise é
apresentada a seguir.
Perfil do usuário
Baseado nas 505 respostas tem-se:
- 94% são residentes do Brasil;
- Cerca de 50% dos usuários têm doutorado ou são doutorandos, 29% têm mestrado ou são mestrandos, 19% têm nível superior e 2% ensino médio;
- 52% trabalham em Universidades, 22% em Institutos de Pesquisa, 12% em Instituições Governamentais, 6% no setor privado, 3% em Escolas e 2% em ONGs;
- das 49 pessoas que indicaram ser do setor privado, 44 são dos setores de consultoria e serviços e 5 da indústria.
Desde o início, o desenvolvimento da rede speciesLink teve como alvo principal equipes
envolvidas com a organização e gestão de coleções biológicas, pesquisadores e
professores associados a programas de pós-graduação em universidades e
institutos de pesquisa. Esse público representa 74% dos usuários que
responderam o questionário. Mas é interessante verificar o grande número de
usuários de instituições governamentais, do setor privado, escolas e ONGs.
Juntos esses setores representam 23% das respostas obtidas, indicando a necessidade de ampliar a colaboração com esses setores para conhecer suas
demandas, tornando os dados mais úteis e utilizáveis.
Uso dos dados para pesquisa
34% dos usuários que
responderam o questionário indicaram a taxonomia/sistemática como principal uso
dos dados na pesquisa.
O uso para pesquisa em biogeografia, ecologia e conservação
foram também citados com frequência, mas é também importante observar o uso em
macroecologia, saúde e mudanças climáticas.
Uso dos dados para ensino
Uma
das principais metas da rede speciesLink
é atender novas demandas da comunidade universitária e programas de
pós-graduação, principalmente porque a grande maioria das coleções biológicas
pertencem a universidades e estão associadas aos cursos de pós-graduação. O
resultado da pesquisa on-line sobre o
uso dos dados em ensino é apresentado na figura ao lado.
Os resultados da análise refletem o grande uso na área de botânica, certamente resultante do desenvolvimento do INCT-HVFF nos últimos 6 anos. Este resultado é fruto da disponibilidade de mais de 5 milhões de registros on-line de mais de 100 herbários nacionais e 20 do exterior, e das ferramentas e aplicativos que tornam esses dados utilizáveis. Essa rede certamente contribuiu para o fortalecimento da comunidade botânica, uma vez que cerca de 95% dos herbários do INCT-HVFF estão envolvidos com cursos de pós-graduação do país. Acreditamos que a organização e disseminação da própria informação auxilia no processo de troca e apropriação do conhecimento.
Outros usos dos dados
É
muito interessante avaliar os outros usos apontados, começando pelas listas de
flora, fauna e micota, seguido pelo planejamento de coletas, listas de espécies
ameaçadas, estudo de impacto ambiental, além de políticas públicas, gestão
ambiental, bioprospecção e biotecnologia.
Muitas
coleções biológicas hoje utilizam os dados e ferramentas disponíveis on-line para priorizar novas coletas e a
digitação dos dados.
Voltando
ao objetivo inicial da rede speciesLink
quanto ao uso:
“... desenvolver aplicativos específicos para a
resolução de problemas em biodiversidade e meio-ambiente, tais como estudos de
espécies invasoras, mudanças climáticas, proteção de espécies ameaçadas,
planejamento de áreas de conservação ... para a comunidade científica,
comunidade educacional, formuladores de políticas ambientais e tomadores de
decisão na área de conservação ambiental. ”
Tudo indica que estamos no caminho certo, mas é importante
ampliar a rede social criada e dar continuidade na manutenção e desenvolvimento
contínuo da rede speciesLink para
melhor atender às necessidades das diferentes comunidades.
Solicitamos que todos que ainda não responderam
à nossa pesquisa que o façam. O formulário está disponível no endereço www.splink.org.br/dataUse?form.
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