15 de set. de 2021

A importância do speciesLink para milhares de usuários

 Giselda Durigan, pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais do Estado de SP

Quando comecei minha carreira de cientista na década de 1980, estudando a vegetação nativa, sua ecologia e restauração, não existia um livro sequer com ilustrações das espécies onde eu pudesse confirmar a identificação de uma planta que tivesse em mãos, etapa fundamental de qualquer estudo em ecologia vegetal. Para chegar a essa informação, era preciso enfrentar a saga de visitar as coleções botânicas, nem sempre acessíveis, e encarar todas as limitações decorrentes de identificações incompletas, desatualizadas, ou pior, equivocadas. Um trabalho lento, cansativo, insalubre e, muitas vezes, infrutífero.

A existência, hoje, de bases de dados como o speciesLink, mantido pelo CRIA, tornou a minha vida e a de todos os que dependem da identificação de plantas (entre outros seres vivos) extremamente mais fácil. Esse gigantesco avanço geralmente não é percebido pelas novas gerações, que aprenderam a acessar a internet antes mesmo de aprender a ler e escrever. Por isso, é preciso falar sobre o assunto, pois a continuidade da existência dessas bases de dados depende de sua valorização por toda a sociedade. 

É preciso que se compreenda que o gigantesco acervo das coleções de biodiversidade no Brasil, construídos pelos taxonomistas ao longo de séculos, não teria a extraordinária utilidade que tem hoje se não existissem profissionais dispostos a viabilizar a disponibilização das imagens e informações por meio de um sistema ágil e inteligente de busca, como é hoje o speciesLink. 

   





  






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