7 de dez. de 2015

CRIA completa 15 anos de atividades

Há 15 anos, no dia 08 de dezembro de 2000, foi realizada a Assembleia de Constituição do Centro de Referência em Informação Ambiental, CRIA. A lista de presença da assembleia foi assinada por Carlos Alfredo Joly, Marcio de Miranda Santos, Pedro Paulo Martoni Branco, Rosana Filomena Vazoller, Rubens Naves, Vanderlei Perez Canhos, Dora Ann Lange Canhos, Sidnei de Souza, Érica Speglish, Paula F. Drummond de Castro, Benedito Aparecido Cruz, Charles Rehder Carvalho Moreira, Alexandre Marino, Luciano Laterza Lopes, Marinez Ferreira de Siqueira, Lúcia Helena Manzochi e Maria Cristina Damião Freitas que tornaram-se, assim, sócios fundadores da instituição.

Além da aprovação de seu Estatuto Social, a Assembleia Geral de Constituição elegeu o primeiro Conselho Deliberativo do CRIA, que foi composto por Carlos Alfredo Joly, Giselda Durigan, Marcio de Miranda Santos, Pedro Paulo Martoni Branco, Rosana Filomena Vazoller e Rubens Naves.

Ao longo desses 15 anos, algumas pessoas se afastaram, novos colaboradores chegaram e outras permanecem lutando pelos ideais iniciados naquela data. O objetivo estatutário de “disseminar o conhecimento científico e tecnológico e promover a educação, visando a conservação e utilização sustentável dos recursos naturais e a formação da cidadania”, porém, permanece sólido.

Resgatando a visão institucional do nosso primeiro plano estratégico:

“visualizamos o CRIA como um centro de apoio à sociedade, dentro da temática meio ambiente. Como insumo de ação, temos a organização e disseminação da informação científica e tecnológica de qualidade. Acreditamos que a compreensão e a internalização dos conceitos fundamentais sobre biodiversidade irão contribuir para uma considerável melhora na qualidade de vida da população e do seu ambiente. Internalizar estes princípios e conceitos implica ainda mudanças significativas nos valores e nos estilos de vida das sociedades atuais. Daí a importância da educação, da informação e da conscientização pública, que, aliadas a instrumentos econômicos, jurídicos e a políticas públicas adequadas, têm a missão de alterar comportamentos e promover mudanças substantivas de valores e atitudes.”

Nesses anos fizemos grandes avanços e obtivemos resultados expressivos. Iniciamos o CRIA com o desenvolvimento do Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/Fapesp, o SinBiota, e da revista Biota Neotropica. Em seu primeiro ano também tiveram início os trabalhos de desenvolvimento da rede SiCol – Sistema de Informação de Coleções de Interesse Biológico, para o Ministério de Ciência e Tecnologia e foi desenvolvido um novo sistema para o Bioline International, uma plataforma para a publicação de revistas e artigos de acesso livre e aberto.

No final de 2001 o CRIA teve o seu primeiro projeto aprovado pela Fapesp cujo objetivo era desenvolver uma rede integrada para acesso aos dados de 12 coleções biológicas do Estado de São Paulo, a rede speciesLinkImportantes barreiras técnicas e culturais precisaram ser ultrapassadas, mas a rede hoje conta com a colaboração de mais de 400 coleções e subcoleções, do Brasil e do exterior que, juntos, compartilham cerca de 7,5 milhões de registros e mais de um milhão de imagens. Nos últimos anos, o grande salto foi dado na botânica com o apoio do CNPq ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, que integra a rede speciesLink.

Outros importantes projetos também fazem parte dessa história, como a Flora brasiliensis online, a Lista de Espécies da Flora do Brasil, o Herbário Virtual A. de Saint Hilaire, o Herbário Virtual Auguste Glaziou, o openModeller, o Catálogo de Abelhas Moure, o OBIS no Brasil, entre outros projetos colaborativos que ajudaram a tornar a informação sobre a biodiversidade mais acessível à comunidade científica e público em geral.

Essas conquistas não são só do CRIA, mas de toda a comunidade científica, em especial os curadores e técnicos das coleções biológicas do país e do exterior que compartilham seus dados on-line, os taxonomistas que contribuem com o seu conhecimento na identificação das amostras biológicas e vários outros, inclusive os usuários que identificam erros e solicitam novas demandas dos sistemas.

O CRIA hoje significa esse conjunto complexo de provedores e usuários dos dados e ferramentas e de sua equipe de informática para biodiversidade.

Em seu 15º ano iniciamos uma nova etapa, buscando uma maior proximidade com a iniciativa privada e prefeituras, sem perder as parcerias estabelecidas com as instituições públicas de ensino e pesquisa e agências de fomento, fundamentais para o alcance dos nossos objetivos.

Sem dúvida temos grandes desafios pela frente, mas hoje temos também um currículo respeitável que nos permite continuar contribuindo para a melhora da qualidade de vida da população e do ambiente em que vivemos.

3 de dez. de 2015

Parceria iDigBio e o INCT – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

iDigBio (Integrated Digitized Biocollections) é o centro coordenador do esforço nacional americano de digitação de dados de coleções biológicas (ADBC Advancing Digitazation of Biodiversity Collections) financiado pela NSF (National Science Foundation) e atualmente compartilha cerca de 50 milhões de registros de espécimes.

O CRIA, graças ao desenvolvimento da rede speciesLink, componente informacional do INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF), e graças ao apoio do CNPq, vem trocando experiências com a equipe do iDigBio desde 2013. Em maio de 2014 participou do simpósio "Collections for the 21st Century”, e recentemente em novembro de 2015 participou do 2015 iDigBio Summit.

Em abril o INCT-HVFF iniciou o processo para compartilhar os dados com o SiBBr e GBIF através da ferramenta IPT (Internet Publishing Toolkit) desenvolvida pelo GBIF. Essa integração às redes GBIF/SiBBr foi concluída em junho de 2015 e em setembro os dados também foram integrados ao portal do iDigBio, aumentando ainda mais a inserção internacional do INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos.

Durante o mês de novembro, a equipe do CRIA estudou a interface de programação de aplicação (API) do iDigBio e desenvolveu mecanismos para recuperar dados de amostras coletadas no Brasil de coleções selecionadas. Para iniciar esse processo focamos em dados de plantas, fungos e abelhas, por conta do INCT – HVFF, da rede de polinizadores e o projeto com a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas.


O resultado foi a integração de 16 conjuntos de dados que, juntos, compartilham 146 mil registros de espécimes coletados no Brasil. .

Dados dos seguintes herbários foram integrados ao INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos: Arizona State University Lichen Herbarium (ASU-Lichen), Arizona State University Vascular Plant Herbarium (ASU-Plants), United States National Fungus Collections (BPI), CAS Botany (BOT) (CAS-BOT), Duke University Herbarium (DUKE), University of Florida Herbarium (FLAS) (FLAS), Robert K. Godfrey Herbarium (FSU), Farlow Herbarium, Harvard University (HU-FH), Bernard Lowy Mycological Herbarium (LSUM), University of Michigan Herbarium (MICH) e Wisconsin State Herbarium (WIS). São cerca de 32 mil registros de 4.676 espécies distintas. Ao todo são 1.728 registros de tipos e 147 registros de espécies em listas vermelhas.


Das coleções entomológicas, foram selecionadas aquelas com registros de coletas de abelhas no Brasil, mas foram integrados todos os dados de material coletado no Brasil. São elas: Collaborative databasing of North American bee collections within a global informatics network project (AMNH-Bee), INHS Insect Collection (INHS-Insects), Snow Entomological Museum Collection (KU-SEMC), C.A. Triplehorn Insect Collection (OSUC), Ohio State University (OSUC-Insects), Entomology Division, Yale Peabody Museum (YPM-ENT). São cerca de 115 mil registros de 1.598 espécies distintas. Ao todo são 4.987 registros de tipos e 25 registros de espécies em listas vermelhas.

Vale a pena conferir!

Partnership between iDigBio and INCT – Virtual Herbarium of Flora and Fungi

iDigBio - Integrated Digitized Biocollections is the National Resource for Advancing Digitization of Biodiversity Collections (ADBC) funded by the National Science Foundation, and openly shares approximately 50 million specimen records.

CRIA (Reference Center on Environmental Information) thanks to the development of its speciesLink network, informational component of one of the country’s National Institutes of Science and Technology the Virtual Herbarium of Flora and Fungi(INCT-HVFF, acronym in Portuguese), and thanks to the support of CNPq (National Council for Scientific and Technological Development), has been exchanging experiences with iDigBio since 2013. In May 2014, CRIA participated in the symposium “Collections for the 21st Century”, and recently in November participated in the 2015 iDigBio Summit.

In April 2015, INCT-HVFF began the process of sharing its data with SiBBr and GBIF through GBIF’s Internet Publishing Toolkit (IPT). This process was concluded in June, and in September all 112 record sets, over 3 million records, were also indexed by iDigBio, increasing INCT-HVFF’s international significance.

During the month of November, CRIA’s staff studied iDigBio’s API and developed mechanisms to retrieve data of specimens collected in Brazil from selected record sets. To initiate this process we focused on plants, fungi, and bees, because of INCT-HVFF and another network within speciesLink – “Polinators” and a project CRIA has with the Brazilian Association of Studies on Bees.


The result was the integration of 16 record sets, that together share 146 thousand records of specimens collected in Brazil.

Data from the following herbaria were integrated to the Virtual Herbarium: Arizona State University Lichen Herbarium (ASU-Lichen), Arizona State University Vascular Plant Herbarium (ASU-Plants), United States National Fungus Collections (BPI), CAS Botany (BOT) (CAS-BOT), Duke University Herbarium (DUKE), University of Florida Herbarium (FLAS) (FLAS), Robert K. Godfrey Herbarium (FSU), Farlow Herbarium, Harvard University (HU-FH), Bernard Lowy Mycological Herbarium (LSUM), University of Michigan Herbarium (MICH), and Wisconsin State Herbarium (WIS). There are about 32 thousand records of 4,676 distinct specimens. There are 1,728 records of types and 147 records of endangered species.


As to entomological collections, we selected those with samples of bees collected in Brazil, but integrated data from all material collected in Brazil. They are: Collaborative databasing of North American bee collections within a global informatics network project (AMNH-Bee), INHS Insect Collection (INHS-Insects), Snow Entomological Museum Collection (KU-SEMC), C.A. Triplehorn Insect Collection (OSUC), Ohio State University (OSUC-Insects), Entomology Division, and Yale Peabody Museum (YPM-ENT). There are about 115 thousand records of 1,598 distinct specimens. There are 4,987 records of types and 25 records of endangered species.

It is worth checking!

21 de set. de 2015

Além dos limites da Academia: a importância dos herbários virtuais para o amplo conhecimento da flora do Brasil

Texto: Maurício Mercadante


Há pouco mais de cinco anos decidi dedicar meu tempo livre à documentação fotográfica da flora do Cerrado, com o propósito de contribuir para o conhecimento e a conservação do bioma. Ao mesmo tempo, comecei a estudar a literatura botânica e montar uma biblioteca de referência, em papel e digital, para conhecer e identificar, com a ajuda dos especialistas, as espécies fotografadas. Não é uma tarefa fácil. Há uma grande carência de bons guias de plantas no Brasil, embora a situação tenha melhorado muito nos últimos anos.

Com o tempo venho aumentando o acervo de obras de referência, meu grau de conhecimento e minha habilidade para identificar as plantas. Dentre todos os recursos de apoio descobertos, aquele que teve maior impacto sobre minha capacidade de trabalho foi, indubitavelmente, o INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Minha curta vida de botânico amador ou autodidata pode ser dividida em antes e depois do speciesLink. Os herbários virtuais me franquearam o acesso a um enorme volume de informação que estaria, de outro modo, inacessível, e multiplicaram várias vezes minha capacidade para ler a literatura botânica e conhecer a flora do Cerrado e do Brasil. O primeiro impacto foi causado pelas imagens digitais, mas logo descobri que igualmente valiosas são as informações sobre localização e sobre as plantas coletadas que constam dos registros das amostras depositadas nos herbários.

A capacidade para conhecer aumenta muito também quando se pode dispor de boas fotografias das espécies. Minha limitada experiência sugere que há um grande volume de informação fotográfica acumulado pela comunidade botânica, que aumenta rapidamente graças às facilidades da fotografia digital (para constatar isso basta visitar as sessões de pôsteres dos Congressos de Botânica).  Boa parte dessa informação, todavia, não está disponível ou é de difícil acesso, o que dá quase no mesmo. Cabe perguntar: porque os bancos de dados sobre flora no Brasil não estão sendo massivamente alimentados com fotografias das espécies?

Em fevereiro deste ano recebi o surpreendente e honroso convite para criar uma fototeca no speciesLink. Agradeço ao CRIA a oportunidade, que para mim representa o maior prêmio que eu poderia almejar, na condição de modesto fotógrafo da flora brasileira com objetivos científicos e conservacionistas. A Fototeca Maurício Mercadante, FMM, hoje disponibiliza 3664 fotos em alta resolução, em 1645 registros, de 634 espécies, em 94 famílias. Uma gota no oceano da diversidade brasileira. Mas que pode representar, quero crer, uma contribuição relevante para a construção coletiva da Fototeca da Flora do Brasil.

16 de set. de 2015

O PROJETO REFLORA É ENCERRADO COM MUITO ÊXITO!

Texto: Equipe REFLORA – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF)


Na ocasião em que é concluído o projeto REFLORA associado ao INCT-HVFF, queremos compartilhar alguns resultados do sistema de informação.




Figura 1. Dados Repatriados Plotados em um Mapa

No início do projeto havia 4 conjuntos de dados repatriados: herbários de Nova Iorque, Missouri, Smithsonian e Paris (apenas registros do acervo de Saint-Hilaire). Hoje são 13 conjuntos de dados que incluem, além dos já citados, os herbários de Edimburgo, Field Museum, Genebra (2 acervos), Hamburgo, Munique, British Museum, Paris (dados do acervo de Glaziou) e Solanaceae Source (liderado pelo Museu de História Natural de Londres).

Dados repatriados:
  • são mais de 710 mil registros que representam 13% do INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos
  • são mais de 31mil espécies distintas (nomes aceitos), ou seja, 67% das espécies citadas na Lista de Espécies da Flora do Brasil fazem parte do acervo repatriado.
  • 31% dos dados são da região Norte, o que significa que 26% dos dados da região Norte no INCT-HVFF são repatriados
  • 260 mil registros têm data de coleta anterior a 1971. Quase 100 mil registros repatriados não têm data de coleta, mas a grande maioria tem como coletores Saint-Hilaire, Glaziou, Martius, Sellow, Riedel, Gardner, Pohl, Krukoff, Blanchet, Spruce e muitos outros naturalistas e botânicos dos séculos passados. Então cerca de 50% dos dados repatriados provavelmente não têm duplicatas em herbários brasileiros.
  •  Analisando a origem dos dados das espécies com até 5 registros no INCT-HVFF, 30% desses dados vêm de acervos repatriados. Espécies com poucos registros podem ser raras, endêmicas, pouco coletadas ou com dados ainda não integrados à rede.
  • Também foram integrados os dados do projeto Reflora da Profa. Carolyn Elinore Barnes Proença - Herbário Virtual Flora Brasiliensis (94 mil registros)
Imagens

Figura 2. Serviço on-line para comparar imagens


O projeto tinha como meta integrar 50 mil imagens. O sistema hoje armazena mais de um milhão de imagens, incluindo as 3.828 pranchas e 10.215 páginas da obra Flora Brasiliensis.

Do total de imagens armazenadas, 985.577 estão associadas a registros das coleções e estão assim qualificadas:
  • Voucher: 659.101
  • Material Vivo: 14.550
  • Pólen: 2.153
  • Etiquetas: 307.040
  • Flora Brasiliensis: 2.733

O INCT-HVFF disponibiliza 637.227 registros com imagens (~156 mil do material repatriado), o que representa cerca de 12% dos registros on-line – pouco mais de 5,4 milhões. Em 2015, até o dia 08 de setembro, através da interface de busca do herbário virtual foram visualizadas mais de 2,3 milhões de imagens. Já superamos o uso do ano de 2014. Aqui não está sendo computado o uso do serviço de imagens Exsiccatae pela Lista de Espécies da Flora do Brasil.

Com relação aos comentários/anotações feitas por usuários sobre os registros e enviados aos curadores para melhorar a qualidade dos dados, 76% referem-se ao nome científico, 11% à identificação da espécie, 9% aos dados geográficos e 4% a outros assuntos. Isso mostra que o Herbário Virtual é também uma plataforma de colaboração e de apoio à e-taxonomia (ou cyber taxonomy).

Ainda no escopo do projeto Reflora foi recuperado parte do acervo do Prof. Augusto Chaves Batista. São 568 artigos publicados no Boletim do Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco e mais 23 artigos de outras fontes que foram digitalizados e se encontram disponíveis na página http://batista.fungibrasil.net

Figura 3. Publicações online de Augusto Chaves Batista


Também foi estruturada uma Exposição Permanente sobre o projeto. Funciona em uma sala do Centro de Ciências Biológicas da UFPE e recebe estudantes de todos os níveis, além de pesquisadores e demais interessados. No âmbito do projeto foram realizadas ainda diversas visitas para treinamento de técnicos e curadores e desenvolvidos mais aplicativos de data cleaning.

Figura 4. Sala de visitação pública na UFPE

Tudo isso é resultado do projeto INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, com a fantástica rede social criada e graças ao apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

4 de set. de 2015

COLEÇÕES DE PEIXES NA REDE SPECIESLINK

Apesar do CRIA não ter nenhum projeto de apoio a esse grupo taxonômico, o número de registros compartilhados através da rede speciesLink tem evoluído ao longo do tempo. Hoje são 17 coleções biológicas dos estados do Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins, o levantamento para a construção do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Acre (2006) e os dados da coleção de peixes do Departamento de Ictiologia da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia (ANSP).

A coleção ANSP foi a primeira coleção do exterior a contatar o CRIA espontaneamente para integrar seus dados à rede speciesLink. Isso sem dúvida é muito gratificante e resulta não só do trabalho de manutenção e desenvolvimento contínuo da rede, mas também pelo trabalho desenvolvido pelas coleções brasileiras com a catalogação de novos espécimes, melhoria da qualidade dos dados e atualização dos dados on-line. O resultado é que mais de 70% das coleções de peixes do Brasil atualizaram seus dados nos últimos 12 meses. Essas ações conjuntas é que tornam a rede speciesLink uma vitrine para o mundo.

A princípio, a coleção ANSP iria compartilhar apenas os dados de amostras coletadas no Brasil. Trata-se de aproximadamente 60.000 espécimes (7.733 lotes) a maioria de peixes de água doce, incluindo coleções de importância histórica (p.e., 1881-1882 Expedição de Herbert Huntingdon Smith) e expedições financiadas pela US National Science Foundation (p.e., 1993-1996 Projeto Calhamazon e 2012-2014 Projeto iXingu, NSF DEB-1257813). No entanto, dada a importância do acervo - o departamento é considerado um dos 5 centros de ictiologia mais importantes da América do Norte - todo o acervo digital foi integrado à rede, um total de cerca de 146 mil registros.


Também, graças ao apoio do CNPq para o desenvolvimento do servidor de imagens e serviços associados por meio do projeto de um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do país, o Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, foram associadas imagens a alguns registros do acervo para testes.



Acreditamos que o compartilhamento de imagens deverá ser um próximo passo dessa rede, mas necessita de financiamento adequado.

O resultado é que a rede speciesLink hoje disponibiliza pouco mais de 446 mil registros de peixes, todos de acesso livre e aberto, com cerca de 290 mil registros de espécimes coletados no Brasil.



São 10.367 espécies distintas (nomes aceitos utilizando como referência o Catálogo da Vida - http://www.catalogueoflife.org), mais de 28 mil registros de tipos e 1.826 registros de espécies ameaçadas de extinção.

Esperamos que o compartilhamento aberto dos dados desses acervos tão importantes fomente a pesquisa científica e a formação de recursos humanos, além de subsidiar a elaboração de políticas públicas. Esperamos também que a importância das coleções biológicas seja cada vez mais reconhecida e que esse reconhecimento seja traduzido em apoio para a sua manutenção, aprimoramento e crescimento contínuos.

23 de jul. de 2015

Artigo publicado na PLOS Biology destaca e-infraestruturas de interesse público sobre biodiversidade e a necessidade da criação de estratégias e políticas públicas de longo prazo para a sua manutenção e desenvolvimento contínuo

A equipe do CRIA e colaboradores, têm o prazer de comunicar a publicação do artigo The importance of biodiversity e-infrastructures for megadiverse countries na PLOS Biology. O artigo coloca em pauta a necessidade da definição de políticas e estratégias que garantam a contínua evolução de e-infraestruturas de apoio ao desenvolvimento científico e políticas públicas, com mecanismos de financiamento de longo prazo com avaliações periódicas. Foca no exemplo da rede speciesLink, que hoje integra e dissemina mais de 7,5 milhões de registros on-line de dados primários de biodiversidade. Além do acesso aos dados via web, essa rede provê uma gama de serviços e ferramentas computacionais de apoio a análises da biodiversidade, compartilhadas de forma livre e aberta a todos os interessados.

O artigo destaca a média de 1,4 milhões de registros visualizados por dia em 2014, com 95% dos acessos feitos por usuários do Brasil. Estes resultados mostram a importância da estruturação de redes colaborativas com o envolvimento de desenvolvedores, coleções biológicas e usuários. O artigo ressalta os excelentes resultados dos investimentos do governo federal no programa de capacitação em taxonomia e no desenvolvimento do INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos com o crescimento da quantidade e qualidade de dados on-line, e sua correlação com o avanço científico. A ausência de estratégias e políticas que garantam a manutenção e o desenvolvimento contínuo das e-infraestruturas de interesse público é um problema local e global, que coloca em risco uma gama de iniciativas de sucesso em várias disciplinas.


21 de jul. de 2015

A Encíclica Laudato Si’, a rede speciesLink e a política municipal: podemos desenvolver políticas mais igualitárias e ambientalmente sustentáveis?

A encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco Sobre O Cuidado da Casa Comum pode contribuir para uma maior conscientização sobre o tema. O documento estabelece uma relação direta entre a pobreza e a degradação ambiental e discorre sobre a poluição, perda da biodiversidade, água potável e mudanças climáticas, mas também sobre a cultura do descarte, o imediatismo e a importância da educação.




A ação do CRIA em parceria com coleções biológicas do país e do exterior visando o compartilhamento de dados e ferramentas para a análise da biodiversidade através da rede speciesLink, tem contribuido para ampliar o conhecimento da nossa diversidade de plantas, animais e microrganismos, subsidiando ações de conservação de espécies e o avanço da pesquisa científica.

O uso de tecnologias de informação e comunicação torna a informação e o conhecimento científico sobre biodiversidade acessíveis on-line, viabilizando também o desenvolvimento de ambientes de interação e redes colaborativas. Portanto, não só é possível, como também é necessário ampliar essa rede de provedores e usuários de dados para além da comunidade científica, envolvendo setores organizados da sociedade e gestores públicos, principalmente gestores municipais.

Hoje vários prefeitos brasileiros participam de uma audiência com o Papa Francisco para discutir o desenvolvimento sustentável nas cidades. Trata-se de um importante passo para promover verdadeiras mudanças locais, mudanças no dia-a-dia de cada cidadão.

Convidamos todos a lerem a carta que os prefeitos brasileiros entregarão ao Papa Francisco. Esperamos que isso não seja só um gesto, mas o início de um novo modelo de desenvolvimento participativo, que integre as dimensões social, ambiental e ética, baseado em uma economia verde e responsável.


Declaração dos prefeitos brasileiros

A dificuldade na construção de um acordo internacional entre os chefes de Estado que contemple diretrizes mais audaciosas e efetivas no enfrentamento às mudanças climáticas já tem reflexos na piora da qualidade de vida das pessoas, em especial dos mais pobres. Essa situação coloca em risco os avanços conquistados no enfrentamento da miséria e das desigualdades nas últimas décadas, refletindo-se no dia-a-dia das cidades que governamos.

Em sintonia com a Encíclica “Laudato Si”, reconhecemos a urgência de atender as necessidades dos mais pobres. Para enfrentar esse injusto cenário de desigualdades os 5.570 prefeitos brasileiros estão empreendendo esforços para que os excluídos possam superar a situação de vulnerabilidade. São políticas públicas estratégicas de inclusão social abrangendo educação, saúde, habitação, saneamento, transporte público, geração de renda, emprego, empreendedorismo e cooperativismo.

Reconhecemos também a responsabilidade dos governos locais em contribuir com a reversão da atual crise climática global. Há prefeitos brasileiros adotando metas para desatrelar o desenvolvimento das cidades do aumento de emissões de Gases de Efeito Estufa em seus territórios e nos padrões de produção e consumo. E, sabendo que esses esforços iniciais ainda são insuficientes, trabalharemos para incorporar a visão do desenvolvimento urbano de baixo carbono e resiliente às mudanças climáticas nos planejamentos das cidades brasileiras.

Cientes de que as mudanças climáticas são um desafio global, pleiteamos que os governos nacionais, e em especial o governo brasileiro, envide esforços na construção de acordos na cúpula do clima em Paris no final deste ano (COP21) que mantenham o aquecimento global induzido pelo homem abaixo de 2ºC, e tenham como objetivo avançar para níveis mais seguros.

Globalmente, como estratégia para enfrentar esse cenário desastroso, propomos a transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, em especial aos mais pobres, e diretamente às cidades, visto que os primeiros são os que historicamente mais consomem recursos naturais e contribuem para o agravamento das mudanças climáticas.

Diante disso, reivindicamos ainda o reconhecimento, pela Organização das Nações Unidas (ONU), dos governos locais como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade global e do desenvolvimento humano.

Roma, 20 de Julho de 2015.

Marcio Lacerda – Prefeito de Belo Horizonte (MG) e Presidente da FNP
Fernando Haddad – Prefeito de São Paulo (SP)
Eduardo Paes – Prefeito do Rio de Janeiro (RJ)
ACM Neto – Prefeito de Salvador (BA)
Gustavo Fruet – Prefeito de Curitiba (PR)
José Fortunati - Porto Alegre (RS)
Paulo Garcia – Prefeito de Goiânia (GO)

2 de jul. de 2015

JC Notícias da SBPC divulga nota sobre o compartilhamento de registros do Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

O compartilhamento de mais de 3 milhões de registros do INCT Herbário Virtual da Flora e dos Fungos com a rede global GBIF (Global Biodiversity Information Facility) e com o SiBBr (Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira) é divulgado pelo JC Notícias da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Para conferir veja a notícia:

19 de jun. de 2015

Dados do INCT- Herbário Virtual da Flora e Fungos integrados ao GBIF

Com grande satisfação divulgamos a nota Major increase in Brazilian plant and fungus data shared through GBIF (http://www.gbif.org/newsroom/news/brazil-flora-fungi) publicada hoje no portal do Global Biodiversity Information Facility.O informe destaca a contribuição do INCT- Herbário Virtual da Flora e Fungos na disseminação livre e aberta de mais de três milhões de registros de amostras depositadas em coleções biológicas brasileiras.

Um fato a ser comemorado pelos colaboradores desta empreitada, pois envolveu a articulação e trabalho de equipes de curadores, pesquisadores,  técnicos e bolsistas empenhados na consolidação  do INCT-HVFF. O resultado abre novas perspectivas não apenas para o compartilhamento, uso e reuso dos dados do INCT-HVFF, com o apoio do CNPq e CAPES, mas também para a contínua evolução da qualidade dos dados de  herbários distribuídos pelas 27 unidades da Federação. É importante destacar o papel da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) não apenas na provisão da infraestrutura de rede, mas também na hospedagem dos sistemas e aplicativos desenvolvidos pelo CRIA no Internet Data Center (IDC) da RNP, com o endosso formal do CNPq.

A equipe técnica do CRIA, responsável pelo desenvolvimento, manutenção da plataforma speciesLink, e suporte aos provedores de dados, se sente honrada pelos resultados alcançados.  É importante destacar que os esforços de consolidação de redes colaborativas estão contribuindo para a definição do modelo conceitual da infraestrutura digital de dados e e-serviços para apoiar o desenvolvimento da e-ciência e inovação no Brasil. É também importante ressaltar a necessidade de desenvolver mecanismos de apoio à sustentabilidade e perenidade de e-infraestruturas exitosas, para não perdermos as conquistas alcançadas.

20 de mai. de 2015

Impacto do Herbário Virtual da Flora e dos Fungos na e-Infraestrutura Rede speciesLink


O desafio de conhecer e utilizar de forma sustentável os recursos naturais demanda o acesso dinâmico e aberto a dados digitais de diferentes áreas do conhecimento, ferramentas de análise e capacidade computacional crescente em um ambiente colaborativo e cooperativo. A era da ciência intensiva em dados é uma realidade e o seu sucesso depende da consolidação de e-infraestruturas como bens públicos.

O CRIA é uma associação civil sem fins lucrativos que tem por objetivo disseminar o conhecimento científico e promover a educação visando a conservação e utilização sustentável dos recursos naturais e a formação da cidadania. Tem como ação referencial oferecer apoio à comunidade científica na organização, estruturação e disseminação de dados e informações de forma livre e aberta. Desde julho de 2002 é qualificada pelo Ministério da Justiça como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse público – OSCIP.
Em 2001, como parte do programa Biota/Fapesp o CRIA iniciou o desenvolvimento da rede speciesLink, como uma e-infraestrutura pública de dados, informações e ferramentas de livre acesso a serviço da pesquisa, educação e políticas públicas. Antes restrito às coleções biológicas do Estado de São Paulo, a partir de 2004 a rede foi ampliada para integrar acervos de outros estados e, a partir de 2006, dados sobre espécimes coletados no Brasil, mantidos em coleções do exterior. A figura a seguir mostra a rede em 2003, restrita a coleções do estado de São Paulo, e em 2015, com pontos de presença em todos os estados da União.




Distribuição geográfica dos provedores de dados da rede speciesLink nos anos de 2003 e 2015

O grande salto no desenvolvimento da rede speciesLink nos últimos 6 anos é resultante do apoio do CNPq ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF). O INCT-HVFF hoje é responsável por mais de 70% dos dados disponibilizados na rede speciesLink. Os demais dados são procedentes de coleções zoológicas (24,4%), microbiológicas (0,2%), fósseis (0,1%) e dados de observação de plantas e animais (4%).

Evolução do compartilhamento on-line de dados sobre a ocorrência de espécies


Desenvolvimentos realizados no escopo do INCT-HVFF


e-Taxonomia

Um importante avanço do Herbário Virtual foi o desenvolvimento do serviço de imagens (exsiccatae) que permite a inclusão de imagens das exsicatas dos registros on-line. O serviço é uma importante ferramenta para a comparação e identificação de material à distância.


Ferramenta Exsiccatae

Com a meta inicial de disponibilizar 50 mil imagens, a ferramenta exsiccatae hoje integra quase 1 milhão de imagens, 600 mil de exsicatas, 11 mil de material vivo, 2 mil de pólen, 300 mil imagens de etiquetas de amostras, e todas as imagens da obra Flora Brasiliensis[1] com 3.828 pranchas e 10.215 páginas com a descrição de 22.550 espécies.


Modelagem da distribuição geográfica de espécies (BioGeo[2])

O sistema permite a geração e compartilhamento de modelos da distribuição geográfica potencial de espécies sob a supervisão de especialistas voluntários.

Modelagem da distribuição geográfica da espécie Passiflora actinia

O sistema conta com 117 especialistas cadastrados, responsáveis pela publicação de modelos de distribuição geográfica para 3.465 espécies. O grupo das Angiospermas possui 3.765 modelos – algumas espécies possuem mais de um modelo. Assim, já existem modelos de distribuição potencial para cerca de 10% das Angiospermas que ocorrem no Brasil.

Identificação de lacunas de dados e conhecimento

O sistema Lacunas[3] indica o status dos dados de todas as espécies da Lista da Flora e dos Fungos do Brasil. Apresenta a relação das espécies sem registros no Herbário Virtual, auxiliando o Comitê Gestor do INCT-HVFF na definição de estratégias para incluir novos acervos e dados à rede. Em janeiro de 2013 o sistema Lacunas indicou que 21% das espécies conhecidas de briófitas, 64% dos fungos e 10% das samambaias e licófitas não tinham nenhum registro no Herbário Virtual. O Comitê Gestor do INCT-HVFF definiu estratégias para diminuir essa lacuna como a contratação de bolsistas para a digitação de dados de acervos desses grupos, a inclusão de novos acervos à rede e a visita de especialistas a herbários com material não identificado. O resultado foi a queda do número de espécies sem registros no herbário virtual para 12% (briófitas), 41% (fungos) e 5% (samambaias e licófitas) em janeiro de 2015.
O sistema também aponta as lacunas geográficas por gênero e espécie, e indica quais espécies estão ameaçadas de extinção. Por fim, integra ao relatório as fichas de análise e avaliação de risco de extinção através do serviço web disponibilizado pelo CNCFlora (Centro Nacional de Conservação da Flora), os dados da Lista de Espécies da Flora do Brasil e os modelos de distribuição geográfica disponibilizados pelo BioGeo.

Página do relatório Lacunas para a espécie Adenocalymma dichilum


Uso e Reuso dos Dados e Ferramentas

Em 2014, o número médio de registros visualizados na rede speciesLink (plotados em mapas, gráficos, listados, downloads) foi de 1,4 milhão por dia. Mais de 95% dos acessos à rede foram realizados por usuários do Brasil, seguido pelos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Argentina, Portugal, Itália, México, Holanda e Colômbia. Como o objetivo da e-infraestrutura é promover a e-ciência e apoiar a formulação de políticas públicas e processos de tomada de decisão no Brasil, esse resultado é muito importante e indica que a e-infraestrutura está atingindo uma de suas principais metas que é a apropriação local dos dados e conhecimento.

 Acesso à rede speciesLink (2014)

A avaliação dos acessos no país indica as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Campinas, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Salvador como as que mais utilizam a e-infraestrutura. Isso coincide com os grandes centros de pesquisa e ensino superior do país, as redes metropolitanas instaladas pela RNP e a existência das coleções biológicas participantes da rede.


Impacto


No Desenvolvimento Científico

95% dos herbários do INCT-HVFF, estão associados a programas de pós-graduação e incluíram temas como o uso dos dados e ferramentas da rede speciesLink nas disciplinas oferecidas. Como consequência dessa ação, acervos foram ampliados graças ao depósito de material associado à pesquisa de pós-graduação. Outro resultado foi a crescente participação de alunos no sistema BioGeo, aumentando o número de modelos de distribuição geográfica de espécies compartilhados on-line. Graças a essa interação, hoje cerca de 10% das espécies de Angiospermas do país citadas na Lista de Espécies da Flora do Brasil possuem modelos de distribuição geográfica on-line.

Em relação à produção científica, outro indicador importante é a evolução do número e da qualidade das publicações. A figura a seguir mostra um nítido aumento da quantidade de publicações de maior impacto na comparação entre os períodos de 2007 a 2009 e 2010 a 2012.

Número de publicações por tipo de publicação


Nas Coleções Biológicas

Em abril de 2015, como parte da avaliação do projeto do INCT-HVFF, foi enviado um questionário que foi respondido por 39 dos 100 herbários da rede. Além das questões mais objetivas em relação aos itens que receberam apoio direto como digitação dos dados, digitalização das imagens e melhora da qualidade dos dados, buscou-se saber se o fato de participar da rede e compartilhar os dados on-line trouxe outros benefícios.
  • 82% indicaram um maior reconhecimento institucional;
  • 72% indicaram um maior envolvimento com a pós-graduação;
  • 85% indicaram um aumento nas visitas ao herbário; e,
  • 74% indicaram um aumento do acervo pelo maior envolvimento com alunos da pós-graduação e através da permuta de material, graças à visibilidade do acervo on-line.


Em Políticas Públicas

Indicadores importantes em termos de políticas públicas relacionados à evolução da e-infraestrutura de dados são representados na figura a seguir e incluem:
  • Preparação e apresentação do trabalho “Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade” (MCT, 2006), mais conhecido como Livro Laranja, que foi base para o desenvolvimento do INCT-HVFF;
  • Programa PROTAX, fundamental para a formação de novos taxonomistas;
  • Flora Brasiliensis on-line, importante referência para estudos taxonômicos;
  • Aprovação do projeto INCT-HVFF;
  • Desenvolvimento da Lista de Espécies da Flora do Brasil como um trabalho em rede e on-line; e,
  • Portaria No. 443/14 do MMA sobre espécies ameaçadas de extinção do país, que utilizou os dados da rede speciesLink no processo de avaliação.

    Evolução dos dados compartilhados na rede speciesLink e alguns marcos históricos

A e-infraestrutura como referência para os especialistas responsáveis pela elaboração da Lista de Espécies da Flora do Brasil e para o Projeto Lista Vermelha que avaliou o risco de extinção de espécies da flora brasileira mostra também a sua importância para políticas públicas.
Assim, a e-infraestrutura speciesLink é resultante das estratégias e políticas desenvolvidas ao longo dos últimos 14 anos e da articulação da comunidade científica (principalmente botânica) do país. A rede social desenvolvida, atuando de forma integrada, é o principal fator de sucesso, sendo diretamente responsável pelos excelentes resultados alcançados.

Referências 


Egler, I., Santos, M.M. & Canhos, V.P.. (Org.). Diretrizes e estratégicas para a modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade. 1aed.Brasília, DF: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2006