15 de dez. de 2022

Novidade na interface de busca da rede speciesLink

 

 Sidnei de Souza, Renato De Giovanni e Dora Ann Lange Canhos - CRIA

É com enorme satisfação que anunciamos que a coleção 7 do MapBiomas sobre uso e cobertura da terra a partir de imagens de satélite está online na interface de busca da rede speciesLink como novo filtro geográfico. São 37 anos mostrando o processo de conversão de vegetação nativa em áreas antrópicas. De acordo com o MapBiomas, “as alterações causadas pela ação do Homem entre 1985 e 2021 correspondem a um terço de toda área antropizada do país. Nesse período, o Brasil passou de 76% de cobertura da terra de vegetação nativa (florestas, savanas e outras formações não florestais), para 66%. Por outro lado, a área ocupada por agropecuária cresceu de 21% para 31% do país, com destaque para o crescimento de 228% das áreas de agricultura e que agora representam 7,4% do território nacional”. 

A coleção 7 do MapBiomas apresenta os mapas de uso da terra dos anos, de 1985 a 2021. Para cada ano o usuário pode escolher o tipo de uso e cobertura da terra que deseja analisar. A figura a seguir mostra as opções existentes, tanto para áreas naturais, como antrópicas.


Uma busca na rede speciesLink por registros botânicos coletados no bioma Cerrado em áreas que em 1985 eram naturais, retorna cerca de 428 mil registros de aproximadamente 17,5 mil espécies distintas. A mesma busca em áreas naturais do Cerrado em 2021, retorna cerca de 388 mil registros de 17 mil espécies distintas. 

A interface também permite fazer a mesma busca comparando diferentes anos e diferentes usos do solo. Podemos, por exemplo, buscar espécies coletadas em áreas do cerrado que eram naturais em 1985 e que são pastagens em 2021. Essa busca recuperou mais de 26 mil registros de mais de 5 mil espécies distintas. A mesma busca substituindo o mapa de uso do solo em 2021 de pastagem para plantação de soja retorna cerca de 6 mil registros de mais de 2 mil espécies distintas. Os resultados são um indicativo de como a biodiversidade pode ser afetada com a mudança do uso e cobertura da terra.

Para viabilizar esse tipo de busca, cada registro com coordenadas originais consistentes foi indexado com os dados do MapBiomas. Portanto, cada um apresenta a informação sobre o histórico do uso da terra do local da coleta, indicando o ano de coleta.


Passando o mouse no diagrama de uso e cobertura da terra para esse registro, vimos que o mesmo foi coletado em 1995 um uma área de formação savânica que em 2002 e 2003 era um mosaico de agricultura e pastagem e que, a partir de 2004, é uma área de plantação de soja.

Gostaríamos muito de receber o feedback dos usuários em relação ao uso e usabilidade do sistema. Esse tipo de busca responde alguma pergunta? Que outras perguntas podem ser atendidas? Como seria a melhor forma de mostrar o resultado da busca?

Como sempre, toda sugestão e comentários são bem vindos. Envie seus comentários para speciesLink@cria.org.br.

O desenvolvimento desse trabalho é fruto da parceria do CRIA com o MapBiomas e conta com a doação de recursos do Instituto Clima e Sociedade (iCS).



25 de ago. de 2022

Mais um artigo sobre a experiência do INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

 Dora Ann Lange Canhos

A equipe responsável pela coordenação do Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, liderada nesta publicação pela Maria Regina de V. Barbosa, publicou o resumo do trabalho preparado para o simpósio "A Global Collections Network: building capacity and developing community" promovido pelo TDWG 2022 na Bulgária.

O título do trabalho é:
"Building Networks to Promote Knowledge of Brazil’s Biodiversity: The experience of the INCT - Virtual Herbarium"

com autoria de: 

Maria Regina de V. Barbosa, Ana Odete Vieira, Ariane L Peixoto, Dora Ann Lange Canhos, João R Stehmann, Mariângela Menezes e Leonor C Maia.

O trabalho foi publicado no: Biodiversity Information Science and Standards 6: e91462. https://doi.org/10.3897/biss.6.91462.

Boa Leitura!

Para quem ainda não assistiu, o INCT também apresenta um novo vídeo sobre 
"Boas práticas na produção de imagens" 

oferecido pela:

  • professora Maria Candida Henrique Mamede, curadora do Herbário do Estado "Maria Eneyda P. Kaufmann Fidalgo" do Instituto de Botânica de São Paulo, 
  • com a produção e edição de Caio Herique Mamede.

Boa Aula!



20 de ago. de 2022

São Paulo School of Advanced Science on Sustainable and Inclusive Amazon (SPSAS)

 Carlos A. Joly

The objective of this SPSAS is to provide young post-docs with a multi and interdisciplinary vision, including the vision of indigenous and traditional populations, of the main problems that have historically hindered sustainable development, conservation, and social inclusion in the Amazon Basin, as well as to discuss the existing alternatives and jointly build new proposals for the solutions to these problems.

The SPSAS Sustainable and Inclusive Amazon will take place from November 21th to December 4th in a Hotel/Resort in the countryside of the State of São Paulo, that allows isolation from the urban and day-to-day hustle, promoting a greater focus and strong interaction between all participants.

The course will be based on lectures, discussions, work groups, and the development of a draft paper with a problem-solving perspective, where groups of students will be challenged to create scenarios for a certain issue/situation, to be defined by each group, or offered by the teachers. Through this challenge, students should develop possible scenarios/visions, indicate what data is required, and what models are available or need to be developed to test the scenarios. Participants will interact with renowned scientists, seeking the solution to the challenges presented in a multidisciplinary and multicultural context.

The program will be divided into 3 main axes:

Axis 1 - The Amazonian territory and its sustainability

Axis 2 - Amazonians as protagonists of biodiversity conservation and climate change mitigation

Axis 3 - The Amazon and its inhabitants in harmony with its environment and the Sustainable Development Goals (SDG)

Who can apply: SPSAS Amazon is for early career researchers that have earned his/her PhD from 2015 onward. Exceptionally PhD candidates (graduate students, currently registered in the last year of their Doctoral/PhD courses), can also be accepted. We encourage applications from students from different academic disciplines (natural, social, and human sciences, engineering, communication) provided their academic work and study is related to the themes of the school and related topics.

Application deadline: August 31th, 12:00 (GTM-03)

To promote the diversity of the School’s participants, equity in ethnic and gender representation will also be considered.

Expected number of students: 90

  • 15 From the Brazilian Amazon Post Docs/Doctoral candidates who did their undergraduate studies in the Amazon Region.
  • 15 Post Docs/PhD from AMAZONIA COUNTRIES (Bolivia, Colombia, Ecuador, Guyana, French Guyana, Peru, Suriname and Venezuela). 
  • 15 Post Docs/Doctoral Fellows from OTHER REGIONS OF BRAZIL 
  • 30 Post Docs from Institutions from the state of São Paulo (usually FAPESP requires 50% from São Paulo Institutions)
  • 15 Post Docs from OTHER COUNTRIES. 

More information including the full program and how to apply is available at https://spsas-amazonia.biota.org.br/.


19 de ago. de 2022

Novo filtro por uso e cobertura da terra no speciesLink

Renato De Giovanni

Como produto da parceria CRIA/MapBiomas, patrocinada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), a rede speciesLink oferece uma nova possibilidade de filtragem em sua interface de busca com base no uso e cobertura da terra. Os dados são provenientes do MapBiomas, uma iniciativa pioneira que desde 2015 vem produzindo mapas anuais da cobertura e uso da terra no Brasil através de uma rede colaborativa de ONGs, universidades e startups de tecnologia.

Nesta versão inicial, é possível filtrar os registros disponíveis na rede speciesLink por categoria de uso e cobertura da terra nos anos 1985 e/ou 2020 da coleção 6 do MapBiomas. Apenas registros coletados no Brasil e georreferenciados na origem são considerados. As categorias disponíveis para filtragem são as mesmas da legenda do MapBiomas, que estão divididas em dois grandes grupos: áreas naturais, com subcategorias como formação florestal, formação savânica, rios, lagos, mangue, entre outros, e áreas antropizadas, com subcategorias como pastagem, mineração, agricultura, etc. É possível utilizar dois filtros simultâneos, permitindo buscas, por exemplo, por registros coletados em locais onde em 1985 havia cobertura natural mas que em 2020 o mesmo local encontra-se antropizado.

Novo filtro por uso e cobertura da terra.

A visualização dos resultados em mapa agora oferece também a possibilidade de ativar camadas de sobreposição relativas ao uso e cobertura da terra, permitindo selecionar o ano e as categorias desejadas. Registros do speciesLink coletados no Brasil e georreferenciados na origem agora incluem informações sobre as categorias de uso e cobertura da terra.

Novas camadas de sobreposição com base no uso e cobertura da terra.

Nas próximas versões os dados do MapBiomas na rede speciesLink deverão ser atualizados para a nova coleção 7, a ser lançada no final de agosto de 2022. Também serão incorporados os mapas de todos os anos intermediários. Além disso, em breve, os dados da rede speciesLink também estarão disponíveis através da interface do MapBiomas.

Tratando-se de uma versão inicial, ideias e sugestões são sempre bem-vindas! Esperamos, com esta nova funcionalidade, estimular novas pesquisas e diferentes tipos de busca unindo dados de biodiversidade a dados de uso e cobertura da terra.

17 de ago. de 2022

Artigo sobre a rede speciesLink

Dora Ann Lange Canhos


Em outubro de 2021 recebemos o convite do Prof. Carlos A. Joly, coordenador do programa Biota-Fapesp, para escrever um artigo sobre a rede speciesLink para um volume especial da revista Biota Neotropica, em comemoração aos 60 anos da Fapesp. 

Membros da equipe do CRIA participaram do grupo responsável pela formulação da proposta do programa Biota para a Fapesp entre 1996 a 1999. No início do programa, fomos responsáveis pelo desenvolvimento da primeira versão do SinBiota e da revista Biota Neotropica. Assim, foi com muito entusiasmo que recebemos esse convite para escrever sobre a rede speciesLink, cujo desenvolvimento teve início em 2001, graças ao apoio da Fapesp.

Como o próprio nome indica, a rede speciesLink é uma rede de provedores de dados, usuários e de vários colaboradores no Brasil e no exterior. Queríamos que o artigo refletisse esse trabalho em rede. Portanto, para escrever sobre o speciesLink foi criada uma “rede” de autores do Brasil e do exterior.

O artigo está disponível online: Biota Neotropica, Volume 22, Issue: spe, Published: 2022: 


Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os provedores de dados que disponibilizam seus dados, informações e conhecimento de acesso livre e aberto e a todos os usuários que contribuem para o avanço da rede com suas críticas, sugestões e conhecimento. Por fim, agradeço cada autor desse trabalho, sem os quais esse resultado não seria alcançado. Os autores apresentados em ordem alfabética são:
  • A. Townsend Peterson, University of Kansas, Lawrence, Kansas, USA.
  • Ana Lucia Assad, Associação Brasileira de Estudos das Abelhas, São Paulo, SP, Brasil.
  • Arthur David Chapman, Australian Biodiversity Information Services, Melbourne, Australia.
  • Barbara Thiers, New York Botanical Garden, Bronx, New York, USA.
  • Dora Ann Lange Canhos, CRIA, Campinas, SP, Brasil
  • Eduardo A. B. Almeida, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
  • Gil Nelson, Integrated Digitized Biocollections, Gainesville, Florida, USA.
  • João Renato Stehmann, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
  • José Rubens Pirani, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • Joseph T. Miller, Global Biodiversity Information Facility, Copenhagen, Denmark.
  • Leonor Costa Maia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
  • Lúcia Garcez Lohmann, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • Mercedes Maria da Cunha Bustamante, UnB, Brasília, DF, Brasil.
  • Renato De Giovanni, CRIA, Campinas, SP, Brasil.
  • Sidnei de Souza, CRIA, Campinas, SP, Brasil.
  • Vanderlei Perez Canhos, CRIA, Campinas, SP, Brasil.
  • Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Boa leitura!

29 de jul. de 2022

Catálogo de Abelhas Moure atualizado

 Gabriel A. R. Melo, UFPR


É com muita satisfação que apresentamos aqui a versão atualizada do Catálogo Moure para as espécies de abelhas neotropicais. Informações taxonômicas, publicadas no período de 2011 a 2021, foram incorporadas à nova versão, bem como correções e adição de táxons omitidos na versão original. Quando disponíveis, dados de distribuição geográfica foram atualizados a partir de revisões taxonômicas publicadas no período. Para as espécies com ocorrência no Brasil, introduzimos a novidade de apresentar a distribuição geográfica a nível de município e não apenas para o estado.

Foram agregados cerca de 500 novos nomes, em nível de espécie, à presente versão, a grande maioria referente a nomes publicados a partir de 2011. A fauna brasileira, que na versão de 2007 era composta por 1678 espécies, contém hoje 1965 espécies, distribuídas da seguinte maneira: 121 pertencentes a Andreninae, 1031 a Apinae (das quais, 251 a Meliponini), 126 a Colletinae, 337 a Halictinae e 350 a Megachilinae.

Alguns táxons novos não foram catalogados na presente versão pela impossibilidade de se acessar o conteúdo original da publicação. Esses casos envolvem periódicos com acesso restrito e que não são assinados pelo Portal de Periódicos da Capes. Foram feitas tentativas de se obter os respectivos arquivos PDF diretamente com os autores, porém sem sucesso. Assim, optou-se por não incluir as informações contidas nos resumos, uma vez que são insuficientes para uma catalogação mais completa dos atos nomenclaturais pertinentes.

Quero chamar atenção aqui também para publicações taxonômicas que se beneficiam da informação disponibilizada livremente pelo catálogo, mas que nem sempre dão os devidos créditos. Há casos, por exemplo, de posicionamento taxonômico que foram apresentados no Catálogo Moure pela primeira vez e que depois foram repetidos em publicações subsequentes como novidades e não indicando o catálogo como fonte da informação.

É importante também alertar que as informações contidas nas versões online do catálogo Moure, em sua maioria, se referem apenas ao que se encontra publicado na literatura. Assim, há uma grande quantidade de informação não publicada, referente a posicionamento taxonômico, sinonímia, existência de material tipo considerado perdido, etc., que não estão sendo incorporadas nas versões online. Há casos, por exemplo, de designações de neótipos, feitos a partir da suposição de que o material tipo encontra-se perdido, que na verdade são inválidas porque há informação não publicada sobre o paradeiro do material e que não tinha sido incluída no catálogo online. O código de nomenclatura zoológica, no seu artigo 75, recomenda que antes de uma designação de neótipo, os autores devam consultar outros especialistas no grupo.

Gostaria de aproveitar para agradecer ao projeto “Consolidação da e-infraestrutura de dados abertos sobre a diversidade das abelhas nativas do Brasil”, na pessoa do seu coordenador, Prof. Eduardo Almeida (USP) e ao CNPq, IBAMA e a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas – A.B.E.L.H.A. que por meio do subprojeto “Atualização do Catálogo de Abelhas Moure” permitiu a contratação de bolsistas que auxiliaram na atualização das informações sendo disponibilizadas. Nesse sentido, agradeço ao Dr. Diego Nunes Barbosa pelo grande empenho na compilação de informação e digitação dos dados na base usada para a nova versão. Agradeço também à colaboração do CRIA, em particular ao Sidnei de Souza, pela paciência e pelo empenho para a disponibilização online do Catálogo Moure.
Gostaria também de agradecer ao Prof. Antônio Aguiar (UnB) pela atualização das informações referentes aos Tapinotaspidini e ao Prof. Rodrigo Gonçalves (UFPR) por revisar as informações referentes a Halictinae. Agradeço também a todos aqueles que, desde a publicação da versão original em 2007, chamaram a atenção para incorreções no catálogo e nos enviaram seus comentários.

O Catálogo Moure para as espécies de abelhas neotropicais está disponível online de acesso público e aberto (http://moure.cria.org.br).


24 de jun. de 2022

Matéria publicada no itforum destaca a parceria CRIA - Google Cloud

 Após o evento Google for Brasil 2022, o CRIA participou de uma coletiva de imprensa com a equipe do Google e o jornalista Marcelo Gimenes Vieira do itforum. Vejam a publicação resultante de Marcelo Gimenes Vieira

Com Google Cloud, Cria quer expandir uso de dados sobre biodiversidade

Migração de sistemas e dados do Centro de Referência em Informação Ambiental para a nuvem abre perspectivas para além da academia



Boa leitura!

15 de jun. de 2022

Google for Brasil 2022

 O CRIA foi convidado a participar do Google for Brasil, o principal evento anual do Google no país, realizado no dia 14 de junho. No evento foram apresentadas várias novas ações e desenvolvimentos do Google com parceiros no país, em busca de um Brasil mais inclusivo, socialmente justo e economicamente sustentável. Entre as ações, foi apresentada por Maia Mau, Head de marketing de produtos do Google para a América Latina e co-líder do comitê interno de sustentabilidade, a parceria com o CRIA para a manutenção de seus sistemas públicos de informação online através do Google Cloud Brasil. Acreditamos ser esse um momento de grande alegria para todos nós por representar um grande passo rumo à preservação da rede colaborativa que nos une, a rede speciesLink, e dos demais sistemas públicos de dados.


Vale à pena conferir o post publicado pela Maia Mau no blog do Google  e o Blog do Google Brasil com todas as novas iniciativas apresentadas no evento. 

3 de jun. de 2022

Convite para participação do WBio2022





WBio2022! Inscreva-se no link:


O WBio2022 possibilita identificar iniciativas transformadoras de governança em biodiversidade de governos locais e subnacionais focando cinco temas estruturais iniciais (Governança, Cidades, Serviços Ecossistêmicos, Áreas protegidas e Ciência) – permitindo o conhecimento de diversificadas ações locais e/ou subnacionais que podem ser emuladas para o futuro desenvolvimento de projetos em diferentes regiões do planeta, reforçando o conceito de agir localmente, e pensar globalmente.

O WBio2022 também vai debater maneiras e meios para que esses projetos se sustentem, baseando-se na liderança de governos subnacionais já envolvidos no Processo de Edimburgo do CBD e suas redes, como Regions4, AC-SNG, GoLS e ICLEI. Um dos principais objetivos do evento é dar início à implementação do GBF em nível territorial, subnacional e local, através de reflexões coletivas que pretendem apontar caminhos para o desencadear a implementação de soluções concretas sobre as principais questões transformadoras e potenciais lacunas no Marco Global de Biodiversidade (GBF) a ser adotada pela CBD COP 15.

Outros objetivos do WBio2022 são:

-Preparar o debate visando estruturar uma plataforma de governança de ações concretas a partir de territórios sustentáveis, destacando iniciativas locais e subnacionais de vários países - dentro do Marco Global de Biodiversidade, com prazo até 2030. 

-Criar um grupo de gestão multicêntrico com pessoas e organizações interessadas para acompanhamento e implantação da plataforma 

-Mobilizar recursos e negócios para a plataforma cooperativa para auxiliar os   principais SNGs e parceiros, para geração de conhecimento, matchmaking e aceleração do desenho de projetos, buscando gerar avanços concretos até 2030, a Década da Ação, sugerida pela ONU;

-Estabelecer acordos com redes líderes e atores internacionais;

-Formar grupos de trabalho nos 5 temas que serão tratados: 

Tema 1. Implementação e governança de comunicação, educação ambiental e sensibilização da sociedade (CEPA).

Tema 2. As cidades: otimizando soluções baseadas na natureza, abordagens baseadas em ecossistemas e restauração de ecossistemas urbanos.

Tema 3. Os territórios subnacionais: economia verde&azul e instrumentos financeiros e de incentivo para projetos e ações em escalas de paisagens marinhas e terrestres, no contexto dos benefícios de serviços ecossistêmicos, considerando integração vertical e horizontal.

Tema 4. Áreas protegidas e outras medidas eficazes de conservação baseadas em área (OECMs) – identificando sinergias público-privadas para conectividade, destacando áreas marinhas e costeiras.

Tema 5. Ciência, geração de conhecimento e monitoramento: intercâmbio de pilotos, estabelecimento de indicadores baseados em ciência, reportes e construção de capacidades em transferência de tecnologia para as atividades desta plataforma de governança, priorizando Florestas Tropicais, destacando em áreas urbanas a restauração, florestas e agricultura, e em energia renovável sensível à natureza.



23 de fev. de 2022

Artigo no Estadão: A retomada do desenvolvimento nacional requer protagonismo da sociedade civil

 Rubens Naves, Presidente do Conselho Deliberativo do CRIA



Diante do declínio acentuado do país, as Organizações da Sociedade Civil tornam-se atores ainda mais estratégicos para a retomada do desenvolvimento. Entretanto, o tema dificilmente tem o destaque necessário no debate público. "Quando cumpre seu papel, mantendo-se distinto tanto do Estado quanto da iniciativa privada, combinando a vocação e a missão públicas do primeiro com a flexibilidade focada em resultados do segundo, o Terceiro Setor não combina com as visões de mundo e os discursos da direita privatista e da esquerda estatizante, que ainda dominam o debate político", explica Rubens Naves.

CONFIRA A ANÁLISE COMPLETA


31 de jan. de 2022

Tributo à Barbara Kirsop

 Dora Ann Lange Canhos em nome da equipe do CRIA




No dia 26 de janeiro de 2022, o CRIA perdeu uma grande amiga, fonte de inspiração e colaboração, uma referência, Barbara Kirsop. Nas décadas de 1980 a 1990 foi pioneira no trabalho de curadoria e informatização da NCYC – National Collection of Yeast Cultures da Grã-Bretanha. Como presidente da Federação Mundial de Coleções de Culturas (WFCC), contribuiu para a implantação de redes colaborativas em diversas regiões do planeta. Vanderlei Canhos e eu a conhecemos em 1985 em uma viagem de visitas técnicas a coleções microbiológicas britânicas e francesas, estabelecidas com modelos distintos de organização. A visita teve como meta estabelecer parcerias para implementar um programa de treinamento com foco na estruturação da rede de coleções microbiológicas no Brasil.  

Realizada com o apoio da Finep e Conselho Britânico, a visita da Barbara Kirsop ao Brasil em 1986, resultou na estruturação de um programa de capacitação de recursos humanos para a organização, gerenciamento e informatização de coleções microbiológicas. Ao longo de uma década foram oferecidos cerca de 50 cursos de treinamento e eventos internacionais abertos a curadores e técnicos de coleções microbiológicas do país. Vanderlei Canhos foi eleito secretário e vice-presidente da WFCC nas gestões de Barbara Kirsop, sendo depois eleito presidente. Tudo isso fomentou a articulação internacional e contribuiu para que a Coleção de Culturas Tropical, CCT, se tornasse uma Coleção de Serviços de reconhecimento internacional.

Em 1985, a Base de Dados Tropical, BDT, publicou o primeiro Catálogo Nacional de Linhagens online através do serviço Cirandão da Embratel. Em 1988 se tornou ponto focal do MSDN (Microbial Strain Data Network) e em 1993 desenvolveu o sistema Bioline International, uma proposta da Barbara apresentada à equipe. A colaboração da Barbara com editores de revistas científicas internacionais resultou na estruturação de um sistema de informação integrador para disseminação on-line dos resumos de artigos publicados em periódicos científicos no Bioline de forma livre e aberta a todos. Aos poucos, essa ideia inicial foi mudando e o interesse do Bioline, ou seja, da Barbara, passou a ser o de disponibilizar a plataforma Bioline para que os países do hemisfério sul pudessem divulgar a sua ciência, publicando artigos de interesse para os seus países nas suas revistas locais.

No processo ela também trouxe o Dr. Leslie Chan da Universidade de Toronto para trabalhar nessa iniciativa junto com a sua equipe. Enquanto o CRIA é responsável por manter e desenvolver o sistema, a Universidade de Toronto é responsável pelo gerenciamento do conteúdo.

Em 2021 foram requisitados em média 1,3 milhão de artigos completos por mês. Alguns indicadores do conteúdo são:


Número de artigos por país (Bioline, Jan, 2022)

Número de artigos por língua (Bioline, Jan, 2022

Em 2013 Barbara esteve no Brasil, no CRIA juntamente com o Dr. Leslie Chan da Universidade de Toronto, nosso parceiro no Bioline, para celebrar os 20 anos dessa iniciativa. 

Foto tirada no evento com Dora Canhos, Sidnei de Souza, Vanderlei Canhos e Leslie Chan (de pé) e sentada, a homenageada Barbara Kirsop (CRIA, 2013).

Para a celebração dos 20 anos do Bioline, a Barbara, sempre muito ativa, fez um levantamento junto aos editores das revistas participantes e constatou o seu impacto e importância. Alguns depoimentos foram registrados e estão no vídeo do evento que conta um pouco da história do Bioline e da homenagem à Barbara que gostaríamos de compartilhar no nosso Blog para que todos possam se recordar dela ou conhecer um pouco da sua história.

https://www.youtube.com/watch?v=8OhdZFZ9x0w

Barbara Kirsop uma verdadeira cidadã do mundo a quem devemos muito.