30 de ago. de 2017

A experiência do INCT - Herbário Virtual contada em livro

http://inct.florabrasil.net/wp-content/uploads/2017/08/inct_livro_10_2_ed-online.pdf


O INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos lançou esse livro relatando os resultados do projeto, alcançados no período de 2009 a 2016. Ênfase é dada ao trabalho em rede que resultou na integração de pesquisadores e técnicos de mais de 100 herbários do país e 21 do exterior e no compartilhamento aberto de mais de 5,5 milhões de registros e mais de 1,8 milhão de imagens. O texto está em português e inglês e seu prefácio é assinado pela Profa. Dra. Ana Maria Giulietti. O lançamento oficial foi realizado no dia 24 de agosto de 2017 durante a 68o. Congresso Nacional de Botânica e o pdf está disponível on-line no site do INCT.
As metas inicialmente estabelecidas foram todas superadas graças ao engajamento dos participantes dessa grande rede que acreditaram no projeto e continuaram contribuindo mesmo quando os recursos se tornaram escassos ou inexistentes.

Gostaríamos de destacar o papel histórico da Sociedade Botânica do Brasil, que há décadas discute a política para a botânica do país e para coleções botânicas. Criou a Comissão de Herbários, transformada na Rede Brasileira de Herbários, hoje responsável pelo catálogo on-line dos herbários do país, referência para o projeto. O "livro laranja" (Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade) teve o seu capítulo sobre Coleções Botânicas escrito por quatro representantes da SBB - Ariane Luna Peixoto, Maria Regina de V. Barbosa, Mariângela Menezes e Leonor Costa Maia – que hoje fazem parte do Comitê Gestor do INCT - Herbário Virtual. Além da importância da SBB na consolidação da estratégia do Herbário Virtual, os Congressos Nacionais Anuais são de grande importância, como fórum para a troca de experiências e divulgação dos trabalhos.

Fundamental também para o sucesso do INCT - Herbário Virtual é a participação da rede speciesLink, que em 2008 integrava 47 conjuntos de dados de algas, fungos e plantas e disponibilizava uma série de ferramentas de acesso livre e aberto on-line. Mas o trabalho muito próximo dos herbários com a equipe do CRIA, responsável pelo sistema de informação, resultou na criação de vários aplicativos e sistemas inovadores que são exemplos para outras e-infraestruturas do mundo. É importante ressaltar que esses desenvolvimentos não ficaram circunscritos à área da botânica. A grande maioria é também usada por coleções zoológicas e microbiológicas na rede speciesLink.




Por fim, também é essencial a parceria estabelecida com a RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, responsável pelo backbone da Internet nas universidades e instituições de pesquisa federais e estaduais do país. Mas nesse projeto a RNP também inovou. Além de possibilitar a participação plena de herbários de todos os estados brasileiros, passou a oferecer serviços de colocation, através de uma infraestrutura física para servidores e elementos de rede nas dependências do seu Internet Data Center (IDC). Assim, todos os equipamentos e servidores do CRIA que hospedam dados, informações, imagens, mapas, sistemas, ferramentas e serviços web de interesse e de acesso público estão instalados no espaço físico do IDC/RNP em Brasília, ou seja, no melhor lugar possível do país em termos de conectividade (estabilidade e rapidez), com uma infraestrutura excelente (elétrica, refrigeração, segurança).

Foram também desenvolvidas ferramentas que permitem a participação voluntária dos usuários. Graças à essas contribuições, o sistema BioGeo disponibiliza modelos de distribuição geográfica para 4.588 espécies, e mais de 1.800 anotações associadas a registros específicos da rede speciesLink, contribuindo com novas identificações e corrigindo erros. Tudo isso sem falar nos emails e feedbacks recebidos, muitos apresentando novas demandas. Juntos, a rede de provedores, usuários e a equipe responsável pelos sistemas de informação representam o centro de inovação do Herbário Virtual.

Além de documentar e dar publicidade ao que foi feito, dando início a uma nova etapa aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos - cada herbário e sua equipe, cada pesquisador que contribuiu com as suas coletas, fotos e conhecimento, cada desenvolvedor e cada técnico responsável pela manutenção dessa rede e cada usuário que, com seu olhar crítico, contribui para aprimorar o resultado desse trabalho.

Comitê Gestor

11 de ago. de 2017

Indicador da Rede speciesLink: Contribuição versus Dependência



Com base nos dados on-line, o indicador Contribuição versus Dependência, apresenta uma matriz onde as colunas apresentam o número de registros on-line por estado e as linhas mostram o número de registros que as coleções de cada estado estão compartilhando.

Clique no link a seguir para acessar a matriz: http://splink.cria.org.br/indicators/stateGraph

Da tabela podemos observar os estados que mais compartilham informações, os estados com mais dados e os estados que mais dependem das informações de coleções biológicas de outros estados.

Os dados do dia 1º. de agosto de 2017 apresentam o seguinte gráfico de compartilhamento de dados com a rede speciesLink, lembrando que o indicador só considera dados de coletas ou observações realizadas no Brasil.



Percentual de Compartilhamento de Dados por Estado

Podemos observar que as coleções do Estado de São Paulo contribuem com 22% dos dados do Brasil, as coleções do exterior com 13%, Paraná com 12%, Rio Grande dos Sul com 8%, Bahia e Minas Gerais com 7%, Distrito Federal e Amazonas com 5% e os estados do Espírito Santo e Pernambuco com 4%. Esses estados e as coleções do exterior são responsáveis por 87% dos dados de ocorrências no Brasil.

Uma outra informação interessante desse indicador é o grau de dependência que cada estado tem em relação aos dados de coleções de outros estados e do exterior. Esse percentual é calculado da seguinte forma:

Dependência = (No. total de registros de material coletado no estado – No. de registros de material coletado no estado e mantido em coleções do estado)/No. total de registros de material coletado no estado

O indicador é atualizado no 1º. dia de cada mês desde fevereiro de 2011, portanto temos um período de 6 anos e meio para avaliar a evolução da dependência de cada estado.

A tabela a seguir mostra a fotografia dos dados em fevereiro de 2011 e em agosto de 2017.


Estado
Fevereiro de 2011
Agosto de 2017
Conjuntos de dados
Dependência
Conjuntos de dados
Dependência
AC
7
80,29%
7
68%
AL
1
50,58%
1
55%
AM
32
50,17%
35
56%
AP
0
100,00%
1
84%
BA
3
61,52%
13
42%
CE
1
44,45%
3
51%
DF
4
54,64%
8
41%
ES
16
32,73%
18
34%
GO
0
100,00%
4
89%
MA
0
100,00%
7
67%
MG
5
91,80%
41
55%
MS
0
100,00%
4
50%
MT
1
99,51%
15
75%
PA
0
100,00%
10
92%
PB
4
25,29%
4
38%
PE
10
26,50%
15
35%
PI
1
80,89%
7
72%
PR
33
22,79%
49
26%
RJ
7
36,11%
30
72%
RN
2
53,28%
2
72%
RO
3
99,27%
6
79%
RR
0
100,00%
2
76%
RS
1
67,62%
31
20%
SC
1
68,79%
8
64%
SE
1
50,84%
2
39%
SP
59
14,46%
95
19%
TO
0
100,00%
2
74%
Exterior
5

41



Um primeiro ponto a ser observado é que em 2011 sete estados não tinham nenhuma coleção integrada à rede. Hoje não existe nenhum estado com 100% de dependência, ou seja, existem coleções em todas as unidades federativas do país, compartilhando dados com a rede speciesLink. Isso é resultado do projeto INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos que conseguiu estabelecer parcerias com pelo menos um herbário em cada unidade federativa do país.Também merece destaque as parcerias estabelecidas com coleções do exterior que de 5 conjuntos de dados passou a ter 41.
 
Distribuição Geográfica dos Provedores de Dados da Rede speciesLink

O Estado de São Paulo continua sendo o estado com a menor dependência dos dados de outras unidades da federação, mas essa dependência aumentou de 14 para 19% graças à integração de mais de 200 novos conjuntos à rede. Hoje, os estados do Pará, Goiás, Amapá, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte têm uma dependência superior a 70%. Além da ausência de importantes acervos que ainda não compartilham ou deixaram de compartilhar seus dados com a rede, ainda é necessário apoiar a digitalização dos acervos, a realização de novas coletas e continuar o trabalho de convencimento sobre a importância do compartilhamento aberto de dados em redes colaborativas.