8 de jan. de 2018

Lacunas – versão janeiro de 2018

http://lacunas.inct.florabrasil.net



Em setembro de 2012 foi lançado o sistema Lacunas com o objetivo de cruzar os dados disponíveis no INCT – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos com os dados publicados na lista oficial das espécies da flora e dos fungos que ocorrem no Brasil.

A ideia foi criar uma ferramenta para facilmente identificar as lacunas de dados taxonômicos e geográficos do INCT - Herbário Virtual. Com essa informação, o Comitê Gestor do INCT pode priorizar a integração de novos acervos, a digitação de dados e ações para melhorar a qualidade dos dados on-line.

O banco de dados do sistema permite buscas fonéticas, além de permitir a associação dos sinônimos a cada nome científico aceito. Assim o sistema permite comparar buscas exatas com fonéticas e buscas somente com nomes aceitos ou com a inclusão de sinônimos. Com isso é possível também avaliar qualitativamente a necessidade de atualização dos nomes e correção de erros de digitação pelas coleções.

Figura 1. Alguns elementos do relatório Lacunas para Angiospermas (Fonte: Lacunas, Jan/2018)


Uma nova versão dos relatórios é produzida, no mínimo a cada seis meses, o que permite observar a evolução qualitativa do Herbário Virtual.

A Lista de Espécies da Flora do Brasil, coordenada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, hoje denominada Flora do Brasil 2020, também evoluiu desde 2010, introduzindo novos elementos e novas espécies. Essas mudanças foram também introduzidas no Lacunas. Hoje, por exemplo, é possível avaliar o status dos dados dos diferentes grupos taxonômicos (algas, angiospermas, briófitas, fungos, gimnospermas e samambaias e licófitas) selecionando apenas espécies nativas, cultivadas ou naturalizadas.

Nesse período também houve a avaliação do CNCFlora do status de conservação das espécies da flora do Brasil e o MMA publicou nova portaria com o status das espécies ameaçadas de extinção. Esses dados também foram incorporados ao sistema.


O gráfico a seguir mostra uma análise do número de espécies sem registros no Herbário Virtual em janeiro de 2018, de acordo com dois critérios: (1) busca fonética, incluindo sinônimos, com ou sem coordenadas geográficas e (2) busca fonética, incluindo sinônimos, com coordenadas originais consistentes e distintas, ou seja, com coordenadas informadas pelas coleções. A segunda opção não considera os registros com coordenadas georreferenciadas automaticamente por aplicativo.



O gráfico mostra, de maneira clara, lacunas mais significativas de dados dos grupos Algas e Fungos. Esses grupos também têm mais problemas com o georreferenciamento de seus dados. Fungos que têm cerca de 35% das espécies citadas na Flora 2020 sem dados no Herbário Virtual, mas passa a ter 77% se considerarmos apenas registros com coordenadas consistentes e distintas, informadas pela coleção. Essa comparação mostra que além de integrar mais dados desses grupos taxonômicos é necessário trabalhar no seu georreferenciamento.

Até mesmo as espécies que constam na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção - Portaria nº 443 de 17 de dezembro de 2014 apresentam 2% das espécies sem registros no herbário virtual e 14% sem registros se considerarmos coordenadas geográficas consistentes e distintas, informadas pela coleção.

Muitas outras análises podem ser realizadas, inclusive por famílias e gêneros. Reiteramos que os relatórios estão disponíveis on-line, abertos a todos e os blogs do CRIA e do INCT-Herbário Virtual estão abertos a todos que queiram publicar suas análises.


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