7 de nov. de 2023

O papel do speciesLink no INCT-HVFF

 Equipe do CRIA

No dia 31 de outubro de 2023, o CRIA apresentou a palestra “Sistema de Indexação e a Interface de Busca da rede speciesLink” no 73º. Congresso de Botânica em Belém. A seguir apresentamos alguns pontos levantados.

A rede speciesLink tem por objetivo:

  • Viabilizar a participação plena das coleções biológicas, mantendo sua total autonomia sobre seus dados;

  • Aumentar a qualidade, valor, uso e usabilidade dos dados;

  • Fomentar a pesquisa, educação, conservação e recuperação de áreas degradadas e oferecer dados e informações de qualidade conhecida para a formulação de políticas públicas; e,

  • Dar projeção ao papel e à importância das coleções biológicas.

As ações do CRIA incluem:

  • Receber e servir dados de ocorrência de espécies, de forma livre, aberta e online,
  • Viabilizar a participação plena das coleções biológicas

    • A coleção utiliza o software de sua preferência

    • O CRIA aceita diferentes processos de envio dos dados

    • Oferece auxílio no mapeamento dos dados para o padrão DarwinCore

    • Oferece um helpdesk para atendimento às coleções

  • Prover as ferramentas para avaliar a qualidade dos dados

  • Prover as ferramentas para busca, recuperação e visualização dos dados

  • Garantir que qualquer alteração do registro é feita pela coleção, no seu sistema local, portanto os registros somente são alterados no speciesLink quando a coleção atualiza os seus dados online.

A palestra tratou da qualificação do nome científico e das coordenadas geográficas dos registros enviados pela coleção que têm por objetivo indicar a qualidade do dado e aumentar o seu uso e usabilidade. 

Como qualificador do nome científico, cada registro recebe uma etiqueta indicando seu status taxonômico: aceito, sinônimo, ambíguo, não encontrado, só gênero. O status taxonômico é um dos filtros disponíveis na interface de busca da rede speciesLink.



As listas taxonômicas utilizadas como referência para as coleções botânicas da rede speciesLink são Algaebase, MycoBank, Flora e Funga do Brasil e GBIF Backbone Taxonomy. As listas são atualizadas a cada 6 meses e todos os registros botânicos são reindexados.

Outra característica associada ao nome é se a espécie é endêmica do Brasil, sua origem (nativa, naturalizada ou cultivada) e sua forma de vida (arbusto, árvore, trepadeira, etc.), extraídos da Flora e Funga do Brasil. Essas características também são buscáveis na rede speciesLink.



Também foram demonstrados os filtros geográficos da rede speciesLink como países, regiões, estados, municípios, biomas, divisão hidrográfica, unidades de conservação, terras indígenas, além do uso dos dados de Uso e Cobertura da Terra – MapBiomas Col. 7.1.

A apresentação deu destaque à busca por espécies arbóreas  nativas cujo ponto de coleta em 1985 estava em área natural do estado do Pará e que, em 2021, está em área antropizada. Trata-se de uma comparação antes e depois. O resultado das buscas nos dois anos, 1985 e 2021 foi apresentado comparando os mapas a seguir.



Foi também apresentado o seguinte quadro com os números da perda potencial.


A interface de busca também produz diversos inventários, como uma lista e gráficos das espécies recuperadas. O gráfico a seguir apresenta o inventário com o número de registros online das espécies de árvores nativas que potencialmente foram afetadas por essa mudança de uso e cobertura da terra. Esses dados podem, sempre com o conhecimento de especialistas,  auxiliar o trabalho de seleção das espécies para a recuperação de áreas degradadas.



Outro indicador apresentado foi o número de registros e imagens do INCT-HVFF utilizadas a partir de 2012, quando esse indicador foi lançado. 



O ano de 2023 indica um uso médio de 169 milhões de registros e de 85 mil imagens por dia. O salto enorme do número de registros utilizados entre 2020 e 2023, cerca de 530 milhões/ano para cerca de 51 bilhões/ano se deve ao apoio do Google com a doação de créditos para o uso do Google Cloud Platform e alocação de sua equipe para auxiliar o CRIA, não só no uso da plataforma, mas também no processamento das mais de 4 milhões de imagens em um curto espaço de tempo. Também houve uma mudança do software utilizado no banco de dados, que possibilitou a busca e recuperação de registros de forma muito mais rápida.

Aproveitamos para novamente agradecer a RNP pelo apoio prestado ao CRIA que incluiu nossa participação na rede COMEP, a transferência dos equipamentos do CRIA ao IDC (Internet Data Center) em Brasília e a transferência de todos os sistemas públicos do CRIA ao CDC (Centro de Dados Compartilhados) em Recife. A RNP continua desempenhando um papel central na rede speciesLink, que é a ligação internet entre os institutos de pesquisa e universidades participantes da rede.

Por fim, durante o simpósio também anunciamos a integração dos dados e imagens do acervo de coletas realizadas na América do Sul do herbário Kew à rede speciesLink. A imagem a seguir apresenta o Herbário K em números e um painel com algumas imagens associadas.


No evento também foi anunciada a integração de imagens do acervo do Missouri Botanical Garden no speciesLink. São imagens de alta resolução que certamente irão auxiliar trabalhos de pesquisa e educação.



Acreditamos que uma melhor compreensão do processo de indexação dos registros e do uso da interface de busca possa incrementar o uso dos dados e imagens do speciesLink, além de estimular novas demandas.

Finalizamos ressaltando a importância do INCT-HVFF (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos), uma parceria de centenas de herbários e instituições de pesquisa do país e do exterior, envolvendo milhares de pesquisadores, e o CRIA. Trata-se de um programa do CNPq que estimula o trabalho de cooperação científica em redes nacionais e internacionais. Os resultados alcançados também refletem o apoio financeiro recebido desde 2008.

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Um comentário:

  1. Legal!
    Cristina S.
    https://foconengenharia.com.br/laudo-de-autovistoria-predial/
    autovitoria

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