NOVAS HISTÓRIAS DO CRIA NO GOOGLE ARTS & CULTURE:
DA CIÊNCIA CLÁSSICA À VISÃO INDÍGENA DA FLORESTA
Enquanto a equipe do Google Arts
& Culture finaliza os ajustes para o lançamento da página do CRIA, nosso
biólogo Fernando B. Matos concluiu
em fevereiro de 2025 duas novas histórias, ampliando o alcance do projeto e
trazendo novas perspectivas sobre a Flora Brasiliensis e seu
impacto na ciência e na cultura.
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Os Pteridólogos da Flora
Brasiliensis: o legado dos especialistas em samambaias e licófitas
Uma das histórias
recém-finalizadas homenageia os pteridólogos que contribuíram para a
monumental Flora Brasiliensis. Cinco cientistas europeus foram os
responsáveis por descrever as samambaias e licófitas na obra, além do próprio
Carl F. P. Von Martius, que já havia estudado esses grupos no seu Icones Plantarum
Cryptogamicarum, de 1834.
A história apresenta uma
introdução sobre o grupo das samambaias e licófitas antes de mergulhar no
trabalho desses pesquisadores, oferecendo pequenas biografias e detalhes sobre
os grupos descritos por cada um na Flora Brasiliensis. Na época,
foram registradas 575 espécies de samambaias e licófitas para o Brasil, um número
que, com novas coletas e estudos, mais que dobrou—hoje conhecemos mais de 1.400
espécies no país.
Essa história tem um significado
especial para o CRIA, pois foi elaborada com a curadoria científica do
professor Paulo Henrique Labiak (UFPR), um dos maiores
especialistas em pteridófitas do Brasil e parceiro do INCT-HVFF. Para Fernando,
esse trabalho também tem um aspecto pessoal: além de ser pteridólogo, ele teve
o Dr. Labiak como orientador durante sua iniciação científica e mestrado, tornando
essa colaboração ainda mais especial.
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Martius Revisitado: Natureza,
Cultura e Colonialismo
A
segunda história, Martius Revisitado, amplia a discussão sobre Carl
Friedrich Philipp von Martius, trazendo uma perspectiva crítica sobre seu
legado. Inspirada no simpósio de mesmo nome, promovido pela Cátedra Martius da
USP, a história propõe um diálogo entre ciência, cultura e colonialismo,
revisitando o impacto das expedições científicas europeias no Brasil.
No evento realizado em setembro
de 2024, Fernando teve a oportunidade de conhecer pessoalmente a
historiadora Karen Lisboa, professora da USP e curadora da
exposição Viagem de Spix e Martius pelo Brasil. Karen participou do
projeto do CRIA desde o início, auxiliando na proposta e elaborando 7 histórias
sobre a expedição de Spix e Martius. Esse encontro presencial reforçou a
parceria, consolidando a conexão entre o CRIA e os pesquisadores que estudam o
legado dos naturalistas do século XIX.
Além disso, Fernando ficou
profundamente impactado pela palestra da artista plástica Anita
Ekman e do antropólogo indígena João Paulo Lima Barreto.
João Paulo, nascido na comunidade São Domingos no Alto Rio Negro, é membro do
povo Yepamahsã (Tukano) e possui uma trajetória acadêmica notável: graduado em
Filosofia, mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do
Amazonas (UFAM). Em fevereiro de 2021, tornou-se o primeiro indígena a defender
uma tese de doutorado em Antropologia Social na UFAM, e sua pesquisa foi
reconhecida em 2022 com o prêmio de melhor tese de Antropologia e Arqueologia
pela CAPES. Além disso, João Paulo é fundador do Centro de Medicina Indígena
Bahserikowi, uma iniciativa pioneira em Manaus dedicada à valorização e prática
da medicina tradicional indígena. Encantado com as perspectivas apresentadas
por Anita e João Paulo, Fernando os convidou a contribuir com uma história para
o projeto do CRIA no Google Arts & Culture. Para nossa satisfação, eles
aceitaram o convite. A história que desenvolveram revisita as coleções de Martius
e Spix, destacando a importância de reconhecer e valorizar os saberes indígenas
na preservação da biodiversidade e na reconstrução das narrativas históricas.
Além do impacto do
conteúdo, Martius Revisitado se destaca visualmente: quase todas as imagens utilizadas na
história são autorais, mostrando João Paulo Tukano em museus dos Estados Unidos
e da Europa examinando coleções que Spix e Martius levaram do Brasil no século
XIX. Essas fotografias impressionantes não apenas documentam a trajetória dos
objetos e artefatos coletados, mas também simbolizam a retomada da narrativa
indígena sobre sua própria história e cultura.
UM
PROJETO COM POTENCIAL INFINITO
Essas duas histórias são as mais
recentes adições ao projeto do CRIA no Google Arts & Culture, cujo lançamento
está previsto para abril de 2025. Mas esse é apenas o começo!
A Flora Brasiliensis é uma das obras científicas mais
extraordinárias da história natural do Brasil, e a expedição liderada por
Martius e Spix revelou um mundo de biodiversidade que ainda hoje nos fascina.
Transformar esse conhecimento em
um acervo digital acessível, envolvente e interativo é uma oportunidade única
para ampliar a divulgação científica e inspirar novas gerações. Com novos
investimentos, o projeto poderia crescer ainda mais, explorando outras obras
naturalistas e integrando pesquisadores de diferentes áreas. Seria fantástico
garantir apoio para expandir essa iniciativa, promovendo o conhecimento sobre a
biodiversidade brasileira e contribuindo para sua conservação.
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